Os preços globais do quilo da carne bovina recuaram 9% no segundo trimestre deste ano ante igual período do ano passado, segundo o banco. Na comparação com o trimestre anterior, o índice global de preços do boi (Global Cattle Price Index) registrou queda de 7%. De acordo com o Rabobank, as cotações foram pressionadas, principalmente, por uma demanda mais fraca e pela valorização do dólar, no contexto da crise econômica internacional.
Já o índice cambial de carne bovina (Beef Forex Index) apresentou alta de 9% na comparação anual e de 3% na comparação trimestral, refletindo um dólar mais forte principalmente em relação às moedas da Austrália e do Brasil, dois dos principais exportadores mundiais de carne.
O Rabobank avalia que, num prazo mais longo, a oferta global de carnes e, especialmente bovina, vai continuar acompanhando o crescimento da renda e da população em importantes mercados emergentes. Isso deve aumentar os riscos para os processadores, compradores de gado para engorda e consumidores. Segundo o banco, a indústria está crescendo na China, onde a produção de carne bovina recebe grandes investimentos. A produção do México, contudo, tende a continuar limitada pelos efeitos da seca do ano passado e deve diminuir pelo quarto ano consecutivo.
Brasil
As cotações do boi gordo no Brasil encerraram o segundo trimestre a níveis 3% inferiores aos do mesmo período do ano anterior, de acordo com o Rabobank. Para o terceiro trimestre, o banco espera que o período entressafra dê algum suporte aos preços, já que tradicionalmente ocorre uma redução de oferta de animais para abate. A redução da oferta de carne de frango e um eventual crescimento da economia, mesmo que modesto, no restante do ano também podem sustentar as cotações do boi. O Rabobank espera ainda que as exportações brasileiras de carne bovina voltem a aumentar.