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Alta do preço do milho gera crise na agroindústria de Santa Catarina

Empresas já estão sem capital de giro e fazendo cortes de pessoalNum cenário em que já ocorreram cinco mil demissões neste ano e cerca de 10 agroindústrias de Santa Catarina estão com dificuldades financeiras, abriu na terça, dia 18, a Mercoagro, Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne, que acontece até sexta, dia 21, em Chapecó. Enquanto o setor foca em máquinas cada vez mais modernas para atender mercados exigentes, como o Japão, falta milho no campo.

A Aurora Alimentos, que somente em Chapecó tinha 10 silos de três mil toneladas cada sempre cheios, na terça tinha apenas uma unidade cheia e a outra pela metade. As carretas que antes enchiam o pátio da agroindústria agora são poucas, com o produto vindo do Mato Grosso do Sul, a preços de R$ 30 a saca, pelo menos 50% acima do valor médio dos últimos três anos.

Como a soja dobrou de preço, os custos de produção saltaram. As agroindústrias que não tinham muito capital de giro acabaram fraquejando. Somente a Coopercentral Aurora recebeu ofertas para incorporar seis frigoríficos de aves e três de suínos. A empresa assumiu a Bondio, que abatia 110 mil aves por dia. A Diplomata e a Globoaves enfrentam atraso no pagamento dos avicultores. E outras unidades menores tiveram até suspensão ou redução de abates.

O analista de mercado da Epagri, Julio Rodigheri, informa que os baixos estoques mundiais aliados às estiagens na América do Sul e nos EUA, mais o uso do milho na produção do etanol, geraram forte demanda. No Brasil, apesar da seca no Sul, que aumentou o déficit do grão de SC para 2,6 milhões de toneladas, a safra aumentou. Só que, ao mesmo tempo, cresceram as exportações de nove para 14 milhões de toneladas.

Mesmo assim existe milho no Centro-Oeste. O presidente da Aurora e vice-presidente da Fiesc para o Agronegócio, Mário Lanznaster, diz que o milho está em R$ 19,00 em Sorriso (MT), mas chega a R$ 31,00 em Santa Catarina pelo custo no transporte.

Repasse aos consumidores

O presidente da Cidasc, Enori Barbieri, explica que muitas empresas catarinenses já estão sem capital de giro e com dificuldades de conseguir empréstimos diante da alta no preço do milho. Por isso, as agroindústrias estão pedindo um subsídio do governo federal de R$ 5 por saca para bancar o transporte.

Mas a alta não afeta apenas as empresas. Um dos reflexos da falta de milho e aumento dos custos já começa a ser sentido pelos consumidores nos supermercados. De acordo com o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, as agroindústrias já reajustaram 7% no preço do frango e a tendência é de mais alta. 

— Vai subir no mínimo mais outro tanto — afirma.

Pedido de ajuda ao governo

A Conab informou que já disponibilizou 200 mil sacas de milho para pequenos criadores de SC e RS. Os catarinenses devem receber mais 40 mil toneladas. O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio De Lorenzi, diz que o volume não atende a demanda dos produtores, pois os criadores teriam direito a 27 toneladas por mês de milho fornecido pela Conab e muitos recebem só cinco toneladas.

Nesta quarta, o presidente da ACCS e outras lideranças políticas e empresariais de SC estarão em Brasília buscando apoio do governo federal para o transporte de milho.

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