Ambientalistas de Mato Grosso do Sul estão em alerta para contrabando de aves silvestres

Preocupação maior é com facilidade do roubo de filhotes de papagaioCom a chegada da primavera, os ambientalistas estão em alerta. É nesta época, durante o período de reprodução das aves, que o contrabando de animais silvestres ocorre com maior freqüência. Em Mato Grosso do Sul, a preocupação é com os filhotes de papagaio, que geralmente constroem ninhos nos mesmos troncos e galhos de árvores da ninhada anterior. Isso acaba facilitando o trabalho dos criminosos, que estão agindo com uma audácia cada vez maior.

? Os contrabandistas também passaram a roubar os ovos dos pássaros porque a chance de serem descobertos é menor. Para terminar de chocar, eles usam outras aves, como galinhas ? conta o capitão da Polícia Militar Ambiental, Ednílson Queiroz.

Em 2006, a Polícia Militar ambiental apreendeu 207 papagaios em Mato Grosso do Sul. Neste ano a primeira apreensão ocorreu na semana passada e foi a maior já realizada no Estado. Quatrocentos filhotes foram levados para um centro de reabilitação, onde devem permanecer pelos próximos seis meses, até que tenham condições de serem devolvidos à natureza. No local, uma sala com temperatura aquecida e caixas com maravalha tentam reproduzir o calor e o aconchego dos ninhos dessas aves. Apesar desses cuidados, 52 filhotes já morreram.

Todos os anos o tráfico de animais silvestres movimenta milhões de reais e é superado apenas pelo contrabando de drogas e armas. Um filhote de papagaio é comprado em Mato Grosso do Sul por aproximadamente R$ 30, mas pode ser vendido em São Paulo por valores ente R$ 500 e R$ 1 mil. Se for levado para o mercado internacional, os preços podem ficar ainda maiores, chegando a até US$ 6 mil.

A pena para quem for flagrado comprando ou vendendo animais silvestres ilegalmente vai de seis meses a um ano de prisão, além de multa. Mas apenas a ameaça da punição parece não ser o bastante para mudar este cenário. Especialistas acreditam que a solução pode estar na conscientização coletiva.

? É preciso que as pessoas se conscientizem e não procurem comprar estes animais porque estariam alimentando um crime e agindo como criminosas ? diz Queiroz.