– Está tudo funcionando bem. A gente reteve matrizes nos últimos três, quatro anos. A produção brasileira de gado voltou a crescer, o rebanho voltou a crescer, nossa oferta de matéria-prima no longo prazo é crescente. Em 2012, nós devemos ter o início de um cenário positivo de matéria-prima para a indústria – diz.
Na opinião de analistas de mercado que participaram do seminário Pecuária de Corte – O primeiro ano de uma nova década, realizado pela Scot Consultoria, em São Paulo, entretanto, a realidade pode ser um pouco diferente. Para o diretor da Scot, Alcides Torres, a elevação da oferta, se ocorrer, deve ficar entre 4% e 6% e o ciclo de preços firmes pode se prolongar.
– Não é grande coisa. Isso acaba sendo consumido pelo mercado interno ou por qualquer respiro no mercado externo. Esse pequeno aumento de oferta, se houver, a gente absorve com facilidade. Então, não é fator de pressão negativa nos preços. A possibilidade do mercado ser mais ou menos semelhante ao que foi em 2011 e 2012 é real – avalia.
Conforme o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Sérgio de Zen, pode haver mudanças, caso a crise financeira mundial piore. Diante disso, alerta que, mesmo pequena, a maior oferta na pecuária de corte deve ocorrer em um cenário de grande incerteza.
– Eu, particularmente, acredito que essa crise não deve perdurar por muito tempo. A gente deve voltar a uma situação de normalidade. O que é isso? Países tendo crescimento menor, mas com alguma previsibilidade e, consequentemente, o consumo em países emergentes ajuda a enxugar o excesso de oferta – explica.