Problema recorrente em granjas e fazendas, a destinação de animais acometidos por mortes rotineiras ou acidentais, como aquelas em decorrência de raios ou falta de energia elétrica – no caso de aves –, tem sido alvo de pesquisas para evitar complicações ambientais e de segurança. A Embrapa, por exemplo, trabalha no desenvolvimento e estudo de riscos para a retirada de animais mortos das granjas com destino a indústrias farinheiras para transformação em fertilizantes.
Conforme alerta o técnico em Agropecuária da Embrapa Suínos e Aves, Paulo César Baldi, é um problema bastante grave, principalmente pela questão ambiental e de segurança das cadeias de suínos e aves e para a exportação também. “Muitas vezes, dependendo da maneira como é feito o destino desses animais, nós podemos barrar uma exportação. Além disso, estamos falando da própria segurança do produtor e de empregados”, considera.
Durante a Tecnoshow Comigo, realizada em Rio Verde (GO), ele ministrou a palestra “TEC-DAM: Tecnologia para destinação de animais mortos na propriedade”, na qual apresentou possibilidade de rotas de tratamento dentro da propriedade, como compostagem, compostagem acelerada, desidratação, trituração e biodigestão desses animais. “São várias possibilidades, ao invés de esquartejar o animal, que seria difícil para o produtor, é possível triturar o animal, com equipamento específico, e colocá-lo em uma composteira tradicional, por exemplo. Ou pode triturar e passar ele por um processo de desidratação, em máquinas para esse fim”, pontua.
A partir daí, o técnico explica que são várias rotas: poderia ir para a compostagem normal, diminuindo a quantidade de animais em 30% ou 40%. “Pode, também, simplesmente triturar e colocar numa compostagem acelerada ou triturar, passar por tratamento térmico e ir para o biodigestor, onde vai produzir biogás e fertilizante.”
Paulo César Baldi reforça, no entanto, que caso a morte seja causada por doença que seja de notificação obrigatória, é preciso avisar os veterinários do Ministério da Agricultura para controle. “Esses animais não poderão ser tratados da mesma forma do que aqueles de morte natural ou acidental. Vão ter que ir para um incinerador ou ser dado um destino que o veterinário do Ministério recomendar”, finaliza.