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Apicultores de São Paulo investem na produção de geleia real

Alimento tem grande valor no mercado, mas ainda é pouco produzido no BrasilApicultores paulistas querem ampliar a produção de colméias. Além de mel, pólen e própolis, a intenção é investir agora também na produção de geleia real. Extraído das colméias, o alimento tem grande valor no mercado, mas ainda é pouco produzido no Brasil. Apesar do mercado promissor e demanda crescente, falta tecnologia para estimular a produção no país.

Os produtores de abelhas rainhas Luiz Carlos e Denise Serrano têm em Sorocaba um apiário e uma espécie de laboratório pra manter a produção. A apicultora reproduz o que as abelhas fazem na natureza.

– Eu faço o trabalho de enxertia. Coloco uma gotinha de geleia real e uma larva de abelha até três dias de vida dentro de cada cúpula. Depois são levados para uma colméia iniciadora. Lá elas vão produzir casulos de rainha – explica Denise.

A geleia real garante o desenvolvimento da abelha rainha e é produzida pelas operárias, as outras abelhas do enxame. Só as rainhas têm o privilégio de saborear a geleia e por isso vivem bem mais que as outras. Uma abelha rainha chega aos cinco anos de vida. As abelhas comuns, não vivem mais que 50 dias.

A geleia real é produzida em colméias, como as de mel, mas a estrutura interna é que é um pouco diferente. Os casulos com as larvas de abelhas rainha são colocados em quadros, onde se alimentam com a geleia produzida pelo enxame.

Tem um momento na produção que o apicultor precisa decidir: ou cria abelhas rainhas, ou produz geleia real. Isso acontece no terceiro dia de vida da larva. Se produzir geleia real a larva é descartada. Em uma colméia as abelhas produzem em média 100 gramas de geleia real.

– A produção de geléia real, financeiramente é mais compensadora, mas eu não aprecio o descarte de larvas. Então eu optei em trabalhar com a produção de abelhas rainhas – relata Luiz Carlos Serrano.

O apicultor cria até 200 abelhas rainhas por mês. Vende cada uma a R$ 20,00. Se tirasse a geleia, ele conta que não venderia por menos de R$ 1,5 mil o quilo.

Segundo o presidente da Federação Paulista de Apicultores e Meliponicultores do Estado de São Paulo (Faamesp), Alcindo Alves, falta tecnologia para estimular os produtores a extraírem a geleia real. Ele confirma que o preço compensa, mas no Brasil apenas 5% dos produtores de mel trabalham com o produto. Quase toda a geleia consumida no país vem da China. Um quilo de geleia real é comercializado na Federação por R$ 400,00.

– É um produto diferenciado, de grande procura. Temos venda pra isso e não temos produção. Então é uma demanda que devemos trabalhar em cima, principalmente com técnica, com conhecimento, para poder ter uma demanda também de comercialização – relata Alves.

O empresário Otiniel Manão compra o produto em quilo e faz o envase para vender no varejo. O produto sai da indústria em potinhos de 15 e 30 gramas. Na empresa são beneficiados 25 quilos por ano.

– Para manter as propriedades ela deve ficar sempre gelada em 16ºC. Temos um equipamento especial que mantém a temperatura e a qualidade da nossa geleia para o consumidor – conta o empresário.

Em uma loja de shopping em São Paulo a geleia real é um dos 600 itens em exposição. O dono vende até 150 potes por mês pelo preço que varia de R$ 25,00 a R$ 40,00.

Muita gente compra a geléia como remédio, mas ela é considerada um alimento. O produto tem registro do Ministério da Agricultura e é indicado como um estimulante do organismo, que aumenta o apetite e tem efeito antigripal.

– Temos percebido maior procura tanto nas nossas lojas, quanto nos varejistas. As feiras têm ajudado muito a difundir este tipo de informação – conta o empresário Rodrigo Balioti.

Além de marca própria, Rodrigo comercializa produtos de fornecedores. Uma empresa de Santa Catarina tem geleia como cosmético. Por conta da demanda, a produção deste item já está nos planos do empresário.

– Não é um produto que vamos conseguir em curto espaço de tempo explodir de produzir. Isso porque as técnicas nacionais ainda são muito caras e os órgãos são bastante exigentes, o que também é um beneficio – conta.

– Nós vamos fazer um grande esforço para capacitar os apicultores a produzirem geleia real e pólen para atender esse grande mercado consumidor, principalmente a região Sudeste do Brasil – afirma o presidente da Câmara Setorial do Mel, José Gomercindo da Cunha.

Confira a localização de Sorocaba:

 
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