Ao falar sobre o potencial para produção de peixes e crustáceos em cativeiro, a ministra relatou que os parques aquícolas (áreas de água divididas em lotes) em implantação na usina de Ilha Solteira podem dobrar a produção paulista, atualmente, 32 mil toneladas/ano pela piscicultura.
? São Paulo é uma verdadeira ilha ? disse a ministra ao referir-se às águas continentais e o potencial de produção.
O reforço às instituições de pesquisa e a isenção dos impostos foram abordados pela ministra como prioridades para estimular essa atividade econômica.
? Alguns Estados têm cobrado impostos para processar os produtos derivados da pesca, o que além de encarecer faz com que sejam levados para outros Estados industrializarem, ficando prejudicado o Estado de origem onde as espécies foram pescadas ? explicou Ideli.
Ainda na reunião, a ministra citou as legislações estaduais que estão em conflitos com as federais e devem ser revisadas. Segundo o governador, essa é uma área nova e muito importante, pois inclui preservação e desenvolvimento econômico. Geraldo Alckmin reforçou que dará toda a atenção que o setor merece e grupos de trabalho foram constituídos para tratar das questões apresentadas pela ministra.
? Precisamos ganhar tempo ? disse ao concordar com o grande potencial de São Paulo.
Reunião
As solicitações apresentadas ao governador durante audiência foram resultado do encontro de presidentes de colônias, associações, prefeitos, lideranças estaduais e entidades diversas do setor aquícola e pesqueiro paulista.
As demandas foram ouvidas pela ministra da pesca e aquicultura durante reunião com o setor nesta terça, dia 8, na Superintendência Federal do MPA em São Paulo. Representantes da Petrobras e do Ministério da Agricultura na capital paulista também participaram do evento.
Além das questões de competência estadual, o desenvolvimento da pesca amadora, a abertura de cursos técnicos e a inclusão do pescado na alimentação escolar foram temas que estiveram em debate. A ministra reforçou que o Governo Federal quer aumentar a produção, industrializar mais e gerar emprego e renda com a pesca e aquicultura.
? Para isso, também temos que organizar a melhor forma de gestão do uso das águas, pois além do pescador artesanal, do aquicultor, do pescador esportivo, que estimula o turismo, existem outras atividades como a exploração de petróleo e a produção de energia querendo os mesmos espaços ? explicou.
Ideli Salvatti encerrou a reunião com o setor dizendo que o Governo Federal quer alcançar a meta de ter o pescado na alimentação escolar das crianças brasileiras uma vez por semana.
? Devemos nos unir, deixar as oposições políticas para que possamos avançar no desenvolvimento de um setor que tem como tripé a sustentabilidade ambiental, geração de divisas econômicas e inclusão social ? finalizou.