Após alta de 15% em setembro, preços do frango devem subir mais até o final do ano

Aumento da demanda e das exportações devem puxar os valoresO preço do frango, que diferente da carne bovina e suína, não vinha apresentando alta, começou a mudar. De agosto a setembro a alta foi de 15%, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A expectativa é que os preços subam ainda mais com a abertura de novas plantas para exportação.

Se compararmos o preço das aves com setembro do ano passado, a retração é de 3%. No mesmo período, o boi ficou 14% mais caro e o suíno, 28%. Mas o cenário para o produtor de frango começa a mudar. A valorização nos últimos dois meses é reflexo, principalmente, do aumento das exportações para a Rússia.

– Nós vamos chegar ao final do ano com recorde, não tenha dúvida, de 4 milhões de toneladas de exportação. Nós estamos com nossa previsão de chegar a 4% de aumento em volume. E o fato se deve a dois fatores. À China, que habilitou mais plantas, e negócios estão acontecendo com a Rússia. Para se ter uma ideia, até junho nós estávamos exportando por mês 5 mil toneladas. Agora já estamos exportando mil toneladas dia – afirma Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

Para o analista da Mbagro, Cesar Castro Alves, o crescimento deve continuar também pela concorrência com outras carnes.

– Menos vacas estão indo para o abate e, em última instância, menos oferta para os frigoríficos. Ainda que os nossos consumidores internos estejam um pouco mais restritivos, com orçamento um pouco mais apertado este ano, o preço da carne bovina vai criar uma vantagem natural para o frango. A lógica é que o frango também suba para diminuir essa diferença – explica.

Além da recuperação do preço, o produtor também encontra um cenário bastante favorável no que diz respeito ao custo. Com a queda da soja e do milho, os gastos reduziram cerca de 10%.

– O produtor que ia ao mercado comprar milho, comprar farelo e vende o frango à vista, ele está com a margem excepcional. Vamos dizer assim, a macro da avicultura e suinocultura está formidável com essas margens muito sólidas, porque a gente já tem uns dois, três meses de custos em queda, ainda com sinalização de que podem cair mais e os preços só começando o seu processo de alta – afirma Cesar.

Assista o vídeo:

Clique aqui para ver o vídeo