O Lago de Furnas (MG) tem 1440 km², quatro vezes o tamanho da Baia de Guanabara. Não é por acaso que é conhecido como o mar de Minas. A balsa é transporte indispensável. Já se passaram mais de 50 anos desde que as águas começaram subir e se transformaram em oportunidade.
Com dezessete anos como pescador profissional, seu Osorino Donizete Silva passa pelos tanques-redes e vai alimentando os peixes. Junto com mais três pescadores, planeja o futuro para garantir a renda através dessa atividade que vem mudando a vida da comunidade da região.
Do extrativismo para o criatório. A transformação gera emprego e melhora a qualidade de vida. Nos 34 municípios banhados pelo lago, existem cerca de 500 piscicultores que conseguem programar a produção para o ano inteiro.
O piscicultor Antonio Carlos do Couto entrou na atividade há três anos, montou 34 tanques, com capacidade para 2,5 mil peixes em cada tanque. Uma boa estrutura, com mercado garantido na venda de filés, e o trabalho em família.
O problema está na cobrança dos órgãos ambientais. Antonio está há mais de um ano lidando com a papelada para regularizar a situação em relação ao acesso ao lago. Mesmo com o processo em andamento já foi autuado.
Os pescadores de Capitólio têm perfil empreendedor, estão entusiasmados com o avanço do mercado e da produção. O também piscicultor Geysiel Abner é da nova geração e, junto com a família, foi entregar quatro cheques, parcelas que apostam no futuro. Quarenta e cinco piscicultores se uniram e compraram um terreno no valor de R$ 80 mil, onde será construído um frigorífico.
O presidente da Associação dos Piscicultores está animado com a nova fase e o desafio de construir um frigorífico que vai exigir um investimento superior a R$ 1 milhão.