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Arrendamento de unidades de confinamento por frigoríficos preocupa pecuaristas de MT

Acrimat teme que maior participação de grandes empresas prejudique a concorrência e abra espaço para manipulação do mercadoEste ano, os confinamentos devem ficar mais cheios em Mato Grosso. O movimento deve ser 30% maior nas duas etapas de produção, que geralmente acontecem entre os meses de junho a agosto, e setembro a novembro. A expectativa do IMEA é de que 770 mil bovinos sejam confinados. Quase 180 mil a mais que em 2010. A perda de pastagem provocada pela seca e pelo ataque de pragas contribuiu para este avanço.

O que os números não mostram é a maior participação dos frigoríficos neste sistema de engorda. Segundo o Imea, esta tendência foi identificada durante a pesquisa, mas ainda não foi pontuada. A Acrimat também observou este cenário e ficou em alerta.

As empresas atuam de pelo menos três maneiras, segundo a Acrimat. Engordam animais em áreas próprias, arrendam confinamentos ou firmam parcerias com alguns pecuaristas confinadores e assim garantem a produção em larga escala. O que preocupa é o possível avanço desta prática e os reflexos que ela pode causar.

? O impacto direto seria o seguinte. A partir do momento que o frigorífico tiver seus bois, poderá exercer pressão de preços e comprometer pecuaristas. Isso acende sinal de alerta, justamente por falta de normas regulamentadoras no processo. Não é um impeditivo, mas é preciso que os frigoríficos tenham que recorrer ao mercado também ? disse João José Bernardes, Presidente da Acrimat.

O pecuarista Maurício Tonhá confina gado em Cuiabá e Água Boa. Nas duas fazendas juntas, cerca de 47 mil bovinos devem ser engordados este ano. Alguns animais são próprios, mas a maioria pertence a outros produtores que pagam pelo serviço. Para o pecuarista, a maior presença dos frigoríficos no segmento segue uma tendência mundial. E será preciso se adequar a essa nova realidade para não ter prejuízos.

? Acho que é uma tendência, e vamos ter que acostumar com este mercado. Nós temos que entender o mercado e nos aprimorarmos para atender a demanda do frigorífico. Por que não vender bois para confinamento? Acho que cada caso é um caso e a tendência de globalização não será diferente, teremos que nos adequar. Acho que os pequenos projetos de confinamento terão que se associar para poder ter mais poder de negociação da matéria-prima. É uma tendência que precisamos entender e, quem não percebê-la, com certeza pagará mais caro ? afirmou Maurícia Tonhá.

Para que os pecuaristas não sejam prejudicados no futuro, o setor quer começar a discutir a criação de regras.

? Infelizmente no Brasil não tem limitação. Se quiserem confinar quanto quiserem, podem. É hora de começar a observar este movimento e pensar em algumas medidas. A Acrimat tem que procurar as normas ? observou João José Bernardes.

O Canal Rural tentou ouvir o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso, mas não foi atendido. A entidade representa 20 frigoríficos, que juntos respondem por quase 90% dos abates com SIF realizados no Estado.

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