Pesquisas mostram que o aumento na demanda e a redução no número de animais prontos para o abate provocou aumento no valor da arroba do boi gordo. Só na última semana, o indicador Esalq/BM&FBovespa registrou valorização de 1,6%, se mantendo entre R$ 83,00 e R$ 85,00. Mas o pecuarista afirma que a alta não está chegando ao bolso do produtor.
– O nosso custo é constante, mas o preço não. Agora está na entressafra, está subindo o preço do boi gordo, mas daqui um ano pode baixar. Então a gente não tem como trabalhar para prever as coisas, para investir na fazenda, na adubação de pastagem. O valor sempre oscila ? explica o pecuarista André Carioba.
O preço do boi gordo cotado em São Paulo está 4,9% mais alto, em comparação a julho de 2009, e é o mais alto desde janeiro do ano passado. Segundo o analista de mercado César de Castro Alves, dois fatores levam à valorização. Segundo ele, o momento atual é um período de transição e baixa nas ofertas.
Outro motivo é que a relação dos preços pagos pelo boi magro e boi gordo está diferente da considerada normal. O animal magro deveria ser mais barato, mas, no primeiro semestre, ficou 9% mais caro que o bovino pronto para o abate. Uma situação que acaba afetando também quem cria gado confinado.
Para a Associação Nacional dos Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC), o preço mais alto da arroba mostra que os produtores aprenderam a administrar o rebanho para conquistar melhores preços.
? O pecuarista tem que ter um volume de fêmeas economicamente viável, do ponto de vista de fluxo de caixa e do ponto de vista de oferta. A entrada da integração lavoura-pecuária, que é uma coisa que está evoluindo muito rápido, vai produzir animais de qualidade e na hora em que o agricultor desejar, que é o período de agora ? diz o presidente da ANPBC, José Carlos Fontes.