Faz 20 anos que Pedro Paulo Vasconcelos cria cabras de leite. Uma das que ele trouxe para expor na 8ª Feira Internacional de Caprinos e Ovinos (Feinco), que ocorre esta semana em São Paulo, dá cinco litros de leite por dia. A média no Brasil é de até três litros. A boa produtividade é resultado de investimentos em genética, diz ele. Com maior consumo, investir ficou mais fácil.
? Muitas prefeituras têm comprado leite de cabra, e empresas estão investindo e acreditando na atividade ? afirma Vasconcelos.
Há um ano, o criador Carlos Schmidt resolveu investir na produção de queijos finos. Ele tem criação de ovelhas da raça east-friesen, de origem alemã, numa fazenda em Campos do Jordão, em São Paulo. E é lá que faz, de forma artesanal, o queijo de pastor. Um quilo do produto custa R$ 300. E ele não dá conta de atender aos pedidos.
? Não existe chefe de cozinha que não queira um produto como este no seu cardápio ? afirma Carlos.
O mercado tende a concentração, diz o especialista Sebastião Faria. Com isso, diminui o sistema de produção verticalizada, onde o criador também beneficia e vende o produto.
? Isso fortalece o mercado ? garante o especialista.
Tem muita gente interessada neste negócio. Interessada e legalizada. No Estado de Minas Gerais, que é uma referência na produção leiteira no Brasil, foi assinado no ano passado uma portaria que legaliza a comercialização do leite. Uma garantia pra quem está neste mercado que, além de ter demanda de consumo, paga bem. O litro de leite de cabra rende no bolso do produtor até 40% mais do que o leite de vaca.
O que acontece ainda, diz Aurora Gouveia, presidente da Associação de Criadores de Minas (Caprileite), é que precisa reduzir os custos. A portaria assinada no Estado pretende criar uma legislação específica para o setor. A que existe hoje é a mesma da produção de leite de vacas.
? Isso vai estimular a criação e que o produtor pode dizer aí sim que é legal na atividade ? afirma a presidente.