Com quase 50 anos de lida, o produtor rural José Pereira dos Reis mora hoje com a mulher Nilda em uma casa grande e confortável, cercada por 370 hectares de terra no município de Sacramento, no Triângulo Mineiro (MG).
A melhora na qualidade de vida de quem vive da agricultura e da pecuária, no entanto, não se limita apenas aos proprietários de terra. Em uma região próxima a cidade de Uberaba (MG), Nilson Soares da Silva é empregado de uma fazenda e vive no local com sua família.
Silva trabalha no campo há mais de 20 anos e, ao longo desse período, conseguiu adquirir vários imóveis na cidade, que geram um bom dinheiro com o aluguel. Somando essa renda com o salário que recebe na fazenda, ele e a família conseguem manter uma vida confortável.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente apenas 15% da população do país vive no campo. Essa pequena parcela de brasileiros, porém, tem o que comemorar, já que a renda do homem do campo aumentou muito nos últimos anos. De acordo com a PNAD, de 2000 a 2009, esse aumento foi de 49%, contra apenas 16% nas áreas urbanas.
Entre os fatores que levaram a essa melhora nos ganhos do trabalhador rural, o de maior destaque, segundo a pesquisa, foi a transferência de renda pública. O direito à aposentadoria, por exemplo, fez com que os produtores passassem a ter uma segunda fonte de renda, o que lhes proporciona uma vida financeiramente mais tranquila.
De acordo com a pesquisa, entre os anos de 2003 e 2009, a classe média rural passou de 5,3 milhões para nove milhões de pessoas. No mesmo período, a renda per capita do morador do campo cresceu 6,1%, enquanto que, nas cidades, o aumento foi de apenas 4,72%.