Com este desempenho o Brasil, terceiro maior produtor mundial de carne de frango, encurtou ainda mais a distância que o separa da China, o segundo país no ranking, abaixo dos Estados Unidos. De acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção chinesa de carne de frango teria somado 13,2 milhões de toneladas em 2011, contra 16,757 milhões da norte-americana.
A diferença que separa o Brasil da China caiu, portanto, de 320 mil toneladas em 2010 para 142 mil toneladas em 2011. E a expectativa é de que 2012 termine com o Brasil na segunda posição do ranking mundial de produtores de carne de frango. Nas exportações, uma das apostas é ampliar a participação no mercado chinês que, neste ano, comprou quase 200 mil toneladas de carne de frango do país. Atualmente, 24 unidades estão habilitadas a exportar para a nação asiática. Segundo a Ubabef, mais 41 devem ser liberadas nos próximos meses. Segundo o presidente executivo da entidade, Francisco Turra, outra aposta é a abertura de outros mercados no continente, como Indonésia, Malásia e Camboja.
– Esses mercados começam de maneira mais modesta, mas a tendência é como a China, que começou com 23 mil toneladas e hoje a gente tem 200 mil, 300 mil depois. O importante é abrir – avalia.
Merece destaque, também, o fato de que o principal cliente da carne de frango produzida pela avicultura nacional é mesmo o consumidor brasileiro. Em 2011, 69,8% da produção foram destinados ao mercado interno, contemplado com os mesmos elevados padrões de qualidade e sanidade conferidos ao produto destinado ao mercado internacional.
– A performance da produção avícola em 2011 é fruto da verdadeira revolução verificada na avicultura brasileira nas últimas décadas – frisa.
Nas vendas para o Exterior, o crescimento em volume foi de 3,2%, em 3,94 milhões de toneladas. A redução de mercados como Rússia, por causa do embargo, e Egito, pela instabilidade política, foi compensada pelo crescimento nas vendas para países como Arábia Saudita, China e Japão, ainda segundo Turra. A receita com as vendas externas de carne de frango aumentou 21,2% em relação a 2010.
– Cresceu a receita, porque, enquanto o dólar estava a R$ 1,56, nós tivemos que brigar para repor o preço em dólar e deu. Era tal a demanda no mundo que a gente conseguiu repor – explica.
Perspectivas
Com relação às perspectivas para 2012 o Presidente Executivo da Ubabef destacou que, devido às incertezas da economia mundial, as empresas do setor estão adotando uma postura conservadora, prevendo um crescimento de até 2% tanto na produção quando nos volumes exportados.
Turra também destacou que, no caso do mercado externo, diante da falta de perspectiva de aumento da participação e de ganhos expressivos de market share no comércio internacional de carne de frango – em 2011 a participação do Brasil chegou a 40,2% – o foco da Ubabef será trabalhar pelo aumento da competitividade e da rentabilidade do setor.
– Isto passa, por exemplo, pela melhoria da infraestrutura logística do país, e com este objetivo já entregamos um documento com quase 70 proposições ao Governo Federal. Também é necessário adequar nossa matriz tributária, outra área onde estamos em grande desvantagem frente a concorrentes internacionais. As recentes Medidas Provisórias 552 e 556, por exemplo, elevam os custos de processamento do farelo de soja, um dos principais insumos avícolas. São campos em que precisamos avançar no sentido de estimular a avicultura nacional – enfatizou Turra.
Uma das principais preocupações do setor é com o preço do milho, que responde por 65% da ração animal. Turra afirmou que, por conta da quebra da primeira safra, os custos de produção do setor tendem a ficar mais altos.
– No Sul, essa estiagem dizimou cerca de 60% do plantio do insumo na região. O cenário da primeira safra de milho está indiscutivelmente comprometido e os custos de produção de frango vão ficar, nesse período, mais caros – disse.
Ele lembrou, no entanto, que o país planta duas safras de milho e que aguarda uma boa produção na safrinha, o que amenizará os custos de produção da cadeia do frango.