São Paulo registrou o segundo dia mais chuvoso de sua história na segunda-feira, 10. A capital paulista viu pontos importantes, como a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), alagarem. Na terça-feira, 11, quando a água baixou, pesquisadores do Instituto de Pesca tiveram uma surpresa: quatro bagres da espécie clarias gariepinus foram encontrados no Aeroclube de São Paulo.
O pesquisador Gianmarco Silva Dias explica que os bagres são de uma espécie originada da África, assim como a tilápia, que requerem legislação ambiental e cuidados específicos. Eles têm alta taxa de crescimento (comprimento médio adulto de 1 m a 1,7 m e peso de até 60 kg), sendo considerados excelentes para a aquicultura. São animais com hábitos noturnos que vivem em lagos de água doce, rios e pântanos; com criação considerada extremamente rústica, por captar o oxigênio do ar. Encontrar esses animais no pátio do aeroclube permanece uma incógnita.
O resgate
No dia 11, os diretores do Instituto de Pesca e do Aeroclube se organizaram para que os animais fossem transportados para o aquário do Instituto de Pesca, localizado no Parque da Água Branca, zona oeste da cidade. No dia seguinte com o escoamento das águas, mais dois peixes da mesma espécie foram resgatados; infelizmente, um deles não resistiu.
Os quatro sobreviventes se encontram em quarentena, sob tratamento adequado do instituto, que pretende realizar algumas análises mais aprofundadas desses peixes, como: idade, sexo e indicativo das condições de saúde e nutrição.
“Espera-se que, em breve, eles possam receber o carinho dos visitantes do aquário, afinal são exemplos de como a força da natureza venceu o dia em que São Paulo parou”, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado, a qual o instituto é ligado.