O início do inverno foi marcado por muita chuva nos campos do Rio Grande do Sul. O clima teve impacto positivo porque ajudou a manter o pasto farto durante mais tempo.
? Em termos de produção, até que não diminuiu. Manteve uma produção bem no limite dela ? conta o produtor rural Antonio Normélio Lauer.
Na propriedade do produtor rural Libano Lauer, no município de Morro Reuter (RS), o gado se alimenta com aveia e azevem, mas a sequência de dias frios, com geadas densas, pode comprometer a pastagem.
? Já vi muitas vezes que dava dias de frio, mas não tão seguido como nesses últimos dias. O frio muito intenso prejudica, isso é normal, e a pastagem não cresce como devia crescer ? afirma.
De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o estado corporal dos animais ainda é bom, mas os que são mantidos em campo nativo, começam a perder peso. Esses são os primeiros efeitos negativos do inverno rigorozo, que promete atingir em cheio as pastagens nos próximos dias.
? O campo não resiste. Em primeiro lugar, porque nas áreas onde ele está mais seco, ele queima a seiva da pastagem com mais facilidade e esse procedimento mata o pasto. E aí fica difícil a alimentação para o rebanho. Esse que é o ponto crucial dessa situação, dessa sequência de geadas que a gente já teve e que vai continuar tendo ainda até o final da semana ? explica o meteorologista Cléo Kuhn.
? Em momentos como o que o produtor gaúcho está passando, é que se percebe a importância do pecuarista que tem uma reserva de um silagem ou mesmo uma feno, e faz uma complementação dessa alimentação. Mesmo tendo a pastagem, pode manejar melhor o pastoreio, não castigando tanto a área pastoreada e sim complementando, até mesmo com ração e feno pra não haver a redução na produção ? comenta o técnico da Emater Evandro Knob.