O dirigente reclama que, há um ano, a Argentina criou obstáculos para emissão das licenças de importação para a compra da carne suína brasileira. Essas dificuldades permanecem porque os argentinos decidiram equilibrar sua balança comercial, reduzindo as importações do Brasil. Como não pode erguer barreiras comerciais em razão do acordo do Mercosul, o governo argentino impôs medidas burocráticas adicionais, reduzindo e dificultando a liberação das licenças de importação.
O presidente do Sindicarne informa que o Brasil vende hoje 30% do que vendia para a Argentina em 2011 em carne suína. Hoje, a exportação baixou de 3.000 para 1.000 toneladas por mês.
– No passado, já exportamos muito mais que 3.000 toneladas ao mês. Infelizmente somos afetados mais uma vez com as chamadas barreiras não-comerciais e não reagimos, à altura ou com a mesma moeda.
O segmento de carnes alega ser um dos mais penalizados com a inconstância dos parceiros do Mercosul. Clever Ávila lembra que o ciclo produtivo é longo e, para atender os mercados, a indústria da carne precisa de estabilidade nas regras de jogo.
– A Argentina é um parceiro comercial importante, mas é um faz de conta geral: faz de conta que pertenço ao Mercosul, faz de conta que respeito as regras acordadas etc.
Na opinião do presidente do Sindicarne, o Governo brasileiro deveria ser mais enérgico na defesa dos interesses comerciais brasileiros, mas lhe falta mais agressividade no comércio exterior.