Ao ampliar o projeto em 2011, criou um condomínio de agroenergia formado pela propriedade dos pais e de um vizinho na localidade de Linha Campininha. Um duto interliga os dois produtores para transportar o gás. A decomposiçao dos dejetos suínos é feita por meio de um biodigestor que produz biogás. O biogás é utilizado em um motor adaptado, que está ligado a um gerador, onde é produzida energia elétrica.
Esse pequeno condomínio gera uma economia de R$ 2 mil mensais. Atualmente, a energia é usada para iluminação e em equipamentos como triturador de ração e paraaquecimento dos animais. O tratamento dos dejetos suínos gera ainda como subproduto o biofertilizante, adubo utilizado na lavoura.
Formado em Administração, na sua passagem pelo mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), orientado pelo professor Ronaldo Hoffmann, Barichello analisou o condomínio de energia que implantou. O trabalho foi premiado no Concurso Mercosul de Monografias sobre Energias Renováveis e Eficiência Energética, promovido pelo Instituto Ideal.
Segundo o pesquisador, o estudo demonstra que a iniciativa é uma possibilidade para o combate à poluição gerada pela suinocultura.
– O condomínio de agroenergia também incentiva a permanência do trabalhador no meio rural, por meio de uma produção sustentável. Outra vantagem é a economia que pode proporcionar – comenta Barichello, atualmente doutorando na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em 2006, cinco regiões do Rio Grande do Sul foram alvos de um projeto da Secretaria Estadual de Energia, Minas e Comunicações para gerar biogás, obtido do tratamento dos dejetos de suínos, o Suinogás. Segundo a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), o projeto não está em operação, pois não existe estrutura física. No município de Capitão, o Suinogás está em fase de estudo de viabilidade.
De acordo com o coordenador da Câmara Temática de Agroenergia, Valdecir José Zonin, órgão ligado à Secretaria de Agricultura, o governo do Estado ainda não dispõe de levantamento de quantos biodigestores estão em funcionamento na zona rural gaúcha.
– É um trabalho que pretendemos fazer. Sem dúvida, a geração de agroenergia, sobretudo a partir da suinocultura, pode representar uma solução ambiental e proporcionar viabilidade econômica às propriedades – afirma Zonin.