A operação Carne Fraca da Polícia Federal trouxe incertezas à suinocultura brasileira, especialmente quanto à reação do consumidor final. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), até o momento, o impacto nos preços tanto do animal vivo quanto da carne tem sido pequeno, com estabilidade ou ligeiras quedas.
Mas agentes de frigoríficos e produtores consultados estão cautelosos nas negociações de novos lotes, mas o maior impacto segue no mercado externo. De acordo com pesquisadores do Cepea, com a perda de confiança na carne brasileira, importantes parceiros comerciais exigiram relatórios técnicos a respeito de adulterações nos produtos, com o bloqueio temporário das carnes brasileiras. O governo de Hong Kong decidiu suspender as compras de novos lotes da carne brasileira, inclusive suína.
Em 2016, o país foi o segundo maior comprador da carne suína nacional, sendo responsável por 156 mil toneladas, 22,3% do total embarcado naquele ano. A China tomou uma decisão mais radical: bloqueou o envio de todas as carnes do Brasil, inclusive lotes que já estão nos portos chineses. No ano passado, o país comprou 87 mil toneladas de proteína suína brasileira, 12,4% do total no ano.