BNDES vê genética de frango como fragilidade do setor

Chefe do Departamento de Agroindústria da instituição, Jaldir Lima, diz que um programa próprio de genética deve levar cerca de 10 anos para ser consolidadoO chefe do Departamento de Agroindústria do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Jaldir Lima, afirmou que a instituição financeira avalia que a dependência do setor avícola brasileiro da genética desenvolvida por empresas estrangeiras é a maior fragilidade do segmento.

– A concentração dos programas genéticos em duas, três empresas estrangeiras não é bom. Já conversamos com as empresas e dissemos que isso não é um risco agora, mas pode vir a ser – declarou nesta quarta, dia 28, em sua participação no Painel “Construindo o Brasil do Futuro”, no Salão Internacional da Avicultura (SIAV) e 23º Congresso Brasileiro de Avicultura, promovido pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef), em São Paulo (SP).

Para ele, a avicultura brasileira precisa de um programa próprio de genética, no qual o BNDES pode apoiar em termos recursos.

– Vai ser um trabalho de mais ou menos uns 10 anos, mas será uma segurança para o setor. No mais, acreditamos que a avicultura nacional é extremamente competitiva, mas com desafios a serem superados, como logística e questões tributárias, que são temas que também fazem parte dos gargalos de outros setores da economia – completou.

Investimentos do BNDES no agronegócio

Ele informou que 33% dos investimentos do setor do agronegócio é feito com recursos do BNDES. Somente na avicultura, em 2012, o banco destinou R$ 1,140 bilhão. Em 2013, até junho, o montante alcança R$ 540,976 milhões, sendo que a totalidade está sendo destinada para investimentos e capital de giro.

– O foco do BNDES é recursos para produção e infraestrutura de ativos. Estamos vendo gargalos em logística e o banco está centralizando recursos para a armazenagem de grãos. É paliativo, não é uma solução, mas ajuda de certa forma o setor – afirmou.

Lima comentou, ainda, que é necessário que o crédito chegue ao produtor, principalmente para custeio e comercialização. Ele fez, porém, uma ressalva: pequenos créditos não são foco dos financiamentos da instituição financeira. 

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Agência Estado