– Disse a ele [Coutinho] que as devoluções dos créditos podem ser mediante comprovação de investimento produtivo, inovação tecnologia e pesquisa. Mostramos a ele que se for liberado, por exemplo, 50% desse valor, já geraríamos 50 mil novos empregos (…) [Coutinho] disse que vai disponibilizar essa linha – com juros compatíveis e prazos sustentáveis – no próximo Plano Safra (2013/2014), que será anunciado em maio. Ele declarou que já vem conversando com o ministro da Agricultura para incluir essa linha – explicou Turra, acrescentando que com a crise do setor, principalmente por conta do alto custo de produção, os bancos ficaram reticentes em conceder crédito à cadeia produtiva avícola.
O setor de avicultura está enfrentando um período de queda nas exportações e reivindica a modernização de aviários, principalmente na região Sul do país. No primeiro trimestre deste ano, o Brasil exportou 900 mil toneladas, número 7% mais baixo em relação ao mesmo período de 2012. Já os dados de março revelam queda ainda maior, de 12%.
Mesmo com a diminuição do volume exportado, a receita nos três primeiros meses ficou 9% maior, com quase US$ 2 bilhões. O setor acredita na retomada das exportações nos próximos meses e aguarda por incentivos governamentais.
No encontro com o BNDES, participaram também representantes das principais empresas do setor, como JBS, Marfrig, BRF, Aurora e outras de pequeno e médio porte. Turra acrescentou, ainda, que o presidente do BNDES garantiu que vai se empenhar em ajudar na ‘monetização’ dos créditos e afirmou que os créditos deverão abranger também as empresas menores.
Previsão de aumento nas exportações de abril
As exportações de carne de frango em abril devem superar o volume embarcado em março, estimou Francisco Turra. Dados preliminares do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que, na primeira semana do mês, foram exportadas, em média, 2.200 toneladas de carne de frango por dia, volume 38% maior do que em março (1.600 toneladas, em média, por dia) e 5% acima de abril de 2012 (2.100 toneladas).
Turra afirmou que as expectativas para o ano são otimistas, pois o setor vem trabalhando com oferta ajustada à demanda, em função do estreitamento das margens no ano passado devido à alta dos preços das matérias-primas, principalmente do milho, que responde por quase 70% do custo de produção.
O dirigente se reunião nesta tarde com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, para discutir o abastecimento de milho. Turra disse que o governo federal está atento ao problema e que vai repor os baixos estoques oficiais do grão, aproveitando a queda dos preços provocada pela expectativa de produção recorde no Brasil e safra cheia nos Estados Unidos.
Turra afirmou que alertou o secretário sobre a necessidade de formação de estoques estratégicos na região Sul, de pelo menos 500 mil toneladas, com a remoção do cereal de Mato Grosso. Ele explicou que os estoques são necessários para evitar que se repitam problemas ocorridos no ano passado.
Criadores de aves e suínos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina enfrentaram problemas de abastecimento de milho, por causa da quebra de safra no Sul, provocada pela forte estiagem.
– A gente sabe das dificuldades do governo para remover grandes volumes de grãos em curto espaço de tempo – declarou.