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Boi

Boi gordo, China e coronavírus: o que saber antes de fechar negócio

Confira análise da Scot Consultoria sobre consumo no mercado interno e mundial, transição da época de chuva para período mais seco e tendências

Boiada em fazenda de Mato Grosso, boi gordo
Foto: Governo de Mato Grosso

O conselho da Scot Consultoria, diante de um cenário interno conturbado devido ao surto do coronavírus, é que o pecuarista aproveite momentos de alta ou até mesmo de firmeza para a arroba do boi gordo. 

“Em São Paulo, um valor entre R$ 200 e R$ 205 é um bom cenário presente. A gente acredita em um consumo conservador, então se o produtor tiver possibilidade de realizar lucros, é uma boa hora”, diz o presidente da empresa, Alcides Torres.

Ele lembra que a pecuária passa por um período de transição, com abril sendo o último período de chuva e entre maio e junho, o pasto secando. Outro ponto de atenção é para o fato de que os frigoríficos já estão posicionados com contratos a termo, o que deve pesar no fluxo de compras e mercadorias.

Em um cenário otimista, a Scot projeta que os frigoríficos vão continuar comprando mas em poucas quantidades. Já o consumo deve ‘patinar’. 

“Como estão todos em casa, o consumo de carne diminui porque quando se vai ao supermercado, você tem outras opções. O que alavanca mesmo o consumo de carne é o serviço de restaurantes [que segue fechado]”, diz Alcides.

Exportações

Em março, o Brasil exportou 125,9 mil toneladas de carne bovina, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). De acordo com a Scot, este foi um recorde para o mês e para o trimestre também. O dólar em alta tem ajudado a aumentar a competitividade do produto brasileiro.

Apesar de alguns problemas por conta do coronavírus na Europa, a China ainda continua com problemas de peste suína africana. “Metade do que exportamos vai para a China e o dólar a R$ 5 impulsiona nesse sentido, o que é algo positivo”, comenta Torres.

Tendência

A projeção da empresa é de mercado estável, com escalas entre dois a quatro dias e preços sustentados nos níveis atuais. “Recomendo aos pecuaristas que sejam mais conservadores. Ele deve focar na margem e não no preço final, o que importa é o lucro por hectare”, diz.

O alerta vai para o período do fim do mês, quando há tradicionalmente uma desova de boiadas.

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