RECONHECIMENTO

Boi pantaneiro do rebanho da Embrapa ganha registro genealógico

O registro é um importante passo para o reconhecimento oficial da raça, que está em alto risco de extinção

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Foto: Divulgação/Embrapa

Nove touros e 55 matrizes do rebanho da Embrapa Pantanal, em Corumbá (MS), receberam registro genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Bovino Pantaneiro (ABCBP). O registro é um importante passo para o reconhecimento oficial da raça, que está em alto risco de extinção.

Para obter o registro, os animais passaram por uma avaliação técnica para atender aos critérios raciais estabelecidos pela ABCBP.

Eles foram identificados com uma marca e numeração, além de registro fotográfico individual. Os dados desses animais estarão disponíveis na Plataforma Alelo de Recursos Genéticos, administrada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

O registro genealógico é um passo importante para a conservação da raça gado pantaneiro. Ele permitirá a identificação e seleção de animais com características desejáveis, como rusticidade, adaptação ao clima do Pantanal e qualidade da carne e do leite.

A raça é uma das mais antigas do Brasil. Ela foi trazida da Europa pelos colonizadores portugueses e espanhóis e, ao longo do tempo, adaptou-se às condições adversas do Pantanal. Os animais são rústicos, resistentes a doenças e a condições climáticas extremas. Eles também produzem carne e leite de qualidade.

A população estimada da raça é de 1,2 mil animais. O registro genealógico é um passo importante para a sua conservação e para o desenvolvimento da pecuária no Pantanal.

Criadores apostam na raça

O bovino pantaneiro tem atraído o interesse de criadores de todo o Brasil. Um dos principais motivos é a sua rusticidade e adaptação ao clima do Pantanal. Os animais são também reconhecidos pela qualidade da sua carne e do seu leite.

O criador Yorgos Salles Graça, de Porto Esperidião (MT), aposta na raça. Ele tem um rebanho de 200 animais e está investindo na seleção de animais adaptados às condições do Pantanal.

“A experiência tem sido positiva”, afirma Salles Graça. “Os animais são rústicos, resistentes a doenças e a condições climáticas extremas. Eles também produzem carne de qualidade.”

O presidente da ABCBP, Thomas Horton, também é um grande incentivador da raça. Ele acredita que o gado pantaneiro tem potencial para se tornar uma raça de destaque na pecuária brasileira.

“Considero os animais de fácil manejo, com boa resistência a carrapatos e verminoses”, afirma Horton. “A carne e o seu marmoreio são de excelente qualidade.”

Próximo passo: registro junto ao Ministério da Agricultura

O registro genealógico junto à ABCBP é um importante passo para o reconhecimento oficial da raça Bovino Pantaneiro. O próximo passo é o registro junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Com o registro junto ao Mapa, a raça Bovino Pantaneiro terá o status de “produto”. Os animais registrados poderão ser comercializados como material genético diferenciado, participar de exposições pecuárias e ter benefícios fiscais como outras raças registradas.