A reconquista de um espaço importante da Argentina no cenário global da carne bovina deve ocorrer a longo prazo, na opinião do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, em entrevista ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Assim que assumiu, o presidente argentino, Mauricio Macri, retomou os incentivos às exportações de produtos agrícolas, incluindo a proteína animal, que tiveram forte recuo nos anos Kirchner.
Para Junqueira, “a volta do país ao mercado de carnes vai levar mais tempo do que um governo Macri”. A indústria argentina deverá, inicialmente, investir em nichos de maior valor agregado para a carne bovina, prevê. “Lembrando que o rebanho deles foi reduzido, por isso não devem entrar no segmento de carne commodity. Eles vão retomar mercados (mais nobres), que nós também queremos”, afirmou.
O dirigente acredita, entretanto, que o país vizinho tem tudo para voltar a ser um competidor de respeito. “Os argentinos detêm um know-how de mais longo prazo que o nosso”, disse. Além disso, há ali uma cadeia produtiva muito mais estruturada do que a brasileira e a necessidade de recuperar o terreno perdido, “o que faz o sujeito ir mais rápido”.
Junqueira defendeu que o Brasil também precisa investir em cortes diferenciados e levar esta marca para o mercado internacional. “É preciso que as pessoas busquem por um brazilian beef quando entrarem em um restaurante lá fora”, disse.