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ANÁLISE

Arroba do boi gordo atinge R$ 310 em São Paulo: entenda o cenário e o que esperar

Na comparação com o mesmo período do ano passado, esse aumento ultrapassa os 20%

Nos primeiros 15 dias de outubro, o indicador do boi gordo, segundo o Cepea, acumulou uma alta de 9,1%, com negociações que chegaram a R$ 310 à vista em São Paulo, descontado o Funrural. Na comparação com o mesmo período do ano passado, esse aumento ultrapassa os 20%.

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Segundo Hyberville Neto, diretor da HN Agro, esse movimento de alta nos preços está sendo sustentado pelo bom escoamento tanto no mercado interno quanto no internacional. “A partir de julho, o mercado tem subido. No início do movimento, foi uma puxada maior do consumo, tanto no escoamento internacional quanto no doméstico”, explica Hyberville. Ele também destaca o impacto da baixa taxa de desemprego, que ajuda a manter o consumo de carne em alta no curto prazo.

Outro fator importante é a forte demanda externa, especialmente da China. Hyberville aponta que “em setembro, tivemos o maior volume exportado da história e, em outubro, com dados parciais, estamos com a maior média diária da história”. Ele acrescenta que, caso o ritmo seja mantido, “pode ser mais um recorde quebrado”.

Sobre o futuro, Hyberville acredita que o mercado deve se manter firme até o final do ano, embora uma acomodação nos preços após a alta recente não seja descartada. “O mercado não deve voltar aos patamares anteriores, mas alguma acomodação nesses próximos meses não seria algo fora da curva”, afirma. Ele ressalta que, com a oferta restrita e exportações em alta, os fundamentos continuam favoráveis para um mercado firme.

Apesar do cenário positivo, a margem dos frigoríficos diminuiu, o que pode influenciar as negociações nos próximos meses. “A margem da indústria caiu, pois o preço no atacado subiu um pouco menos do que o boi gordo”, explica Hyberville. Ele ainda pondera que, mesmo com essa queda, “a margem ainda está num patamar historicamente positivo”.

Para os pecuaristas, o cenário é de atenção. Hyberville sugere que produtores que estão com gado em confinamento garantam um preço mínimo. “Agora não é hora de travar preço fixo, porque o mercado está positivo, mas alguma acomodação pode acontecer”, orienta. Ele destaca que garantir um valor mínimo é uma estratégia interessante para quem tem gado com data definida de venda.

A previsão é de que o ciclo pecuário entre em uma fase mais positiva. “Nós ainda estamos vendo um volume de oferta elevado, mas isso deve mudar em breve, com a redução da participação de fêmeas nos abates”, conclui Hyberville, destacando que essa fase de alta tende a beneficiar os pecuaristas, especialmente com a valorização dos bezerros.

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