Abril foi marcado por severa queda de preços no mercado físico do boi gordo, refletindo a situação do atacado, de acordo com a consultoria Safras. “O corte traseiro foi o que mais sofreu diante da desaceleração do consumo, uma consequência direta do confinamento decretado por diversas prefeituras”, disse o analista Fernando Henrique Iglesias.
A consultoria destaca que o fechamento de restaurantes, bares, redes hoteleiras e outros estabelecimentos, uma medida de contenção para o novo coronavírus, afetou a demanda para os cortes considerados top de linha, com a população em geral dando preferência aos embutidos, congelados e, principalmente, à carne de frango e ovos, que têm preços mais acessíveis.
Segundo ele, um alento para os pecuaristas e, principalmente, frigoríficos foi a manutenção de um ótimo nível de exportação para a China, fator que evitou quedas ainda mais consistentes tanto no preço da matéria-prima como no atacado.
Veja comparativo de preços do boi gordo entre 31 de março e 30 de abril:
- São Paulo – passou de R$ 202 para R$ 194
- Goiânia (GO) – passou de R$ 190 para R$ 175
- Uberaba (MG) – passou de R$ 197 para R$ 183
- Dourados (MS) – passou de R$ 192 para R$ 175
- Cuiabá (MT) – passou de R$ 180 para R$ 170
Tendência
“A expectativa não é boa para o mês de maio, apesar de um dos pontos altos de consumo de carnes do ano se concentrar no Dia das Mães, uma vez que o distanciamento social permanecerá em vigor”, diz Iglesias.