-
Boi: média dos preços volta a atingir recorde real, diz Cepea
-
Milho: preços seguem em disparada no Brasil
-
Soja: demanda chinesa ofusca pressão baixista de relatório da USDA e cotações avançam em Chicago e no Brasil
-
No Exterior: bolsas operam com variações pequenas no aguardo de dados de mercado de trabalho nos EUA
-
No Brasil: Bolsonaro se reúne com Guedes e presidentes da Câmara e do Senado para defender teto de gastos
Agenda:
-
USDA: exportações semanais de grãos dos EUA
-
Brasil: pesquisa mensal de serviços de junho
-
EUA: pedidos iniciais de auxílio desemprego na semana passada
Boi: média dos preços volta a atingir recorde real, diz Cepea
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), na parcial de agosto (até o dia 11), o indicador Cepea/B3 registra média de R$ 227,06 a arroba. Este foi o maior valor em termos reais, ou seja, considerando números atualizados pela inflação, de toda a série histórica do instituto, iniciada em 1994.
Segundo os pesquisadores do Cepea, a baixa oferta de animais prontos para o abate e a aquecida demanda externa, sobretudo da China, seguem sustentando as cotações domésticas. Ainda de acordo com a análise, apesar do aumento mensal do volume embarcado, o preço pago pela carne brasileira tem diminuído e pode estar atrelado à elevada quantidade exportada. Enquanto em janeiro de 2020, o valor pago foi de US$ 6,07 o quilo, em julho, caiu para US$ 4,32, queda de quase 30%. Apesar disso, é importante lembrar que a desvalorização da moeda brasileira ameniza o recuo do preço pago em dólar.
Milho: preços seguem em disparada no Brasil
O indicador do milho Cepea/Esalq/BM&FBovespa, com base nos preços em Campinas/SP avançou novamente e já engata o décimo primeiro dia consecutivo de alta, cotado a R$ 54,78 a saca. Apenas em agosto, a valorização já alcança quase 8,0%.
A consultoria Safras & Mercado registra preços em Campinas passando de R$ 57 para R$ 58 na venda, em Uberlândia (MG) de R$ 51,50 para R$ 52 e em Passo Fundo (RS) de R$ 56 para R$ 57. Na B3, a valorização foi de 1,72% no contrato para setembro, que ficou cotado em R$ 56,27 a saca.
O relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) trouxe aumento de sete milhões de toneladas na produção de milho americana, puxado pela produtividade que segundo as projeções pode alcançar 190 sacas por hectare. O mercado não sentiu a pressão baixista do relatório e respondeu com alta de 1,16% para US$ 3,2725. Os investidores podem ter se atentado também ao fato de que não houve tempo suficiente para as estimativas levarem em conta os danos causados pelas tempestades ocorridas em parte do Meio-Oeste dos EUA nesta semana.
Soja: demanda chinesa ofusca pressão baixista de relatório da USDA e cotações avançam em Chicago e no Brasil
O relatório da USDA trouxe números acima do projetado pelos analistas consultados pela Reuters em rendimento e produção da soja norte-americana. Porém, novas vendas reportadas para a China e aumento da projeção de importação pelo país asiático ofuscaram a pressão de baixa e impulsionaram as cotações. O contrato para novembro ganhou 9,50 cents (1,09%) e ficou cotado a US$ 8,83 por bushel
No Brasil, se os preços já avançavam em dias com quedas em Chicago e do dólar, ontem, quarta-feira, 13, a combinação foi ainda mais favorável, com alta nos dois casos. Dessa forma, o indicador da soja Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá teve novo avanço e renovou o recorde histórico, cotado a R$ 124,90 a saca. A consultoria Safras & Mercado registrou recorde também no Porto de Rio Grande (RS) em R$ 128. De acordo com a empresa, diante do cenário de oferta praticamente inexistente, já há produtores pedindo até R$ 130 pela saca.
No Exterior: bolsas operam com variações pequenas no aguardo de dados de mercado de trabalho nos EUA
Após a forte alta de ontem nas bolsas americanas, o mercado opera com variações pequenas na espera de dados de mercado de trabalho nos EUA e das negociações em relação ao pacote de estímulos no país. O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulga hoje o número de novos pedidos de seguro-desemprego na semana passada. A expectativa de analistas consultados pela Bloomberg é que o número seja um pouco menor que o registrado na semana anterior. As discussões entre republicanos e democratas em torno do novo pacote de estímulos parecem ter esfriado novamente, mas seguem no radar dos investidores. A presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, disse que as duas partes estão longe de um acordo.
No Brasil: Bolsonaro se reúne com Guedes e presidentes da Câmara e do Senado para defender teto de gastos
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o Ministro da Economia Paulo Guedes e com os presidentes da Câmara, Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), para mostrar apoio ao ministro e defender o teto de gastos. De acordo com a Bloomberg, a iniciativa ocorreu para tentar compensar o efeito negativo da saída de alguns secretários do Ministério da Economia, que estavam insatisfeitos com o ritmo das reformas e da agenda liberal.
O Banco Central chegou a atuar duas vezes com swaps nesta quarta-feira, quando o dólar chegou a subir 2% e se aproximou novamente dos R$ 5,50. Na agenda de hoje, o diretor de política econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, participa de evento virtual, aberto à imprensa, e pode trazer novas sinalizações à política monetária. Destaque também para o setor de serviços que pode voltar a apresentar alta.