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Arroba do boi gordo renova recorde no indicador do Cepea pela segunda vez consecutiva e alta do dólar gera avanços no mercado doméstico de milho e soja

  • Boi: arroba rompe R$ 254 no indicador do Cepea

  • Milho: alta do dólar gera valorização nas cotações do mercado brasileiro

  • Soja: câmbio impulsiona preços com negócios pontuais

  • PIB do agro tem maior alta da série histórica no primeiro semestre

  • No Exterior: aumento de casos de coronavírus na Europa gera pessimismo nos mercados

  • No Brasil: Relatório Trimestral de Inflação pode atualizar projeções dos investidores para taxa de juros

Agenda:

  • Brasil: relatório trimestral de inflação (Banco Central)

  • Brasil: dados das lavouras no Rio Grande do Sul (Emater)

  • EUA: exportações semanais de grãos (USDA)

Boi: arroba rompe R$ 254 no indicador do Cepea

A arroba do boi gordo renovou o recorde no indicador do Cepea pelo segundo dia consecutivo. A cotação já acumula uma alta de 7,0% em setembro e ficou em R$ 254,20. No mercado de reposição, o indicador do bezerro também renovou o recorde e ficou em R$ 2241,75 por cabeça, acumulando uma alta de 4,4% no mês.

Na B3, o dia foi marcado por altas mais moderadas com a curva subindo em média 0,37%. Foi a primeira vez desde que os contratos passaram a ser negociados que toda a curva até dezembro ficou acima de R$ 250 por arroba. O vencimento dezembro teve o maior ajuste desde que passou a ser negociado e ficou em R$ 254,45 por arroba.

Milho: alta do dólar gera valorização nas cotações do mercado brasileiro 

O mercado brasileiro de milho registrou novas valorizações puxado pelo expressivo salto do dólar. A moeda americana subiu 2,2% ontem, quarta-feira, 23, e ficou em R$ 5,587. Dessa forma, grande parte das praças acompanhadas pela Safras & Mercado registraram altas.

Nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), os preços passaram de R$ 64 para R$ 65. Em Campinas (SP), foram de R$ 63 para R$ 64 e em Rondonópolis (MT), de R$ 54 para R$ 55.

No indicador do Cepea para o milho, houve o terceiro avanço consecutivo acima de 1% e a cotação ficou em R$ 60,95 por saca. Dessa maneira, os preços se aproximam novamente das máximas nominais históricas do indicador registradas no final de agosto.

Soja: câmbio impulsiona preços com negócios pontuais

Assim como no mercado de milho, a forte alta do dólar também impulsionou os preços da soja no mercado doméstico. Por outro lado, a queda em Chicago, a terceira consecutiva, pode ter limitado um pouco o avanço. De acordo com a Safras & Mercado, os negócios ainda são pontuais, em virtude da escassez do produto, mas tiveram um maior volume no dia de ontem.

Em Passo Fundo (RS), a saca subiu de R$ 150 para R$ 151 e no porto de Rio Grande (RS), foi de R$ 144 para R$ 145. Em Rondonópolis (MT), a saca apresentou o maior salto diário do levantamento e passou de R$ 153 para R$ 156.

PIB do agro tem maior alta da série histórica no primeiro semestre

O PIB do agronegócio brasileiro registrou novo crescimento em junho e completou seis meses consecutivos de alta em 2020. O indicador é calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No balanço do primeiro semestre, o avanço acumulado do PIB do agro chegou a 5,26% e de acordo com os pesquisadores do Cepea, marcou a maior alta em um primeiro semestre para o setor em toda a série histórica, iniciada em 1995.

No Exterior: aumento de casos de coronavírus na Europa gera pessimismo nos mercados

Os mercados globais operam majoritariamente em baixa em meio ao aumento de casos de coronavírus na Europa. Os investidores monitoram se o novo avanço da doença vai gerar a necessidade de novas medidas de restrição à circulação de pessoas. Dessa forma, aumenta a incerteza em relação à retomada da economia global.

Na agenda econômica, destaque para os dados de seguro desemprego nos Estados Unidos e novo pronunciamento do presidente do Banco Central norte-americano, Jerome Powell. Em seus últimos discursos, Powell tem alertado para a necessidade de mais de medidas de estímulo fiscal para compensar os efeitos econômicos da pandemia.

No Brasil: Relatório Trimestral de Inflação pode atualizar projeções dos investidores para taxa de juros

O destaque da agenda brasileira é a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação pelo Banco Central (BC). Nele, o BC atualiza os cenários projetados para o IPCA dentro do horizonte relevante para a política monetária, que vai pelo menos até o início de 2023.

A alta recente da inflação de commodities agrícolas tem gerado algumas preocupações no mercado. O relatório não deve trazer novidades relevantes em termos de comunicação, pois a reunião do Copom foi muito recente. Porém, os investidores estarão atentos às estimativas de inflação do Banco Central para atualizar suas projeções para a taxa Selic.