A expectativa da Fipe é que o grupo Alimentação feche o mês em 0,62% e não mais em 0,50%, como estimado antes.
– Aumentamos a projeção por causa das carnes, que estão vindo com menos deflação e também devido à pressão de alguns alimentos industrializados como óleo, leite e de itens semielaborados, que estão com comportamentos mais inflados – explicou.
De acordo com Chagas, o varejo ainda não está sentindo a alta dos preços da carne ao produtor, mas deve começar a sentir neste momento de oferta menor.
– No grupo Alimentação, há movimentos contrários, em que algumas altas não vieram tão fortes, enquanto outras começaram a perder fôlego de queda no IPC da segunda leitura de abril, como é o caso da carne bovina [de -1,72% para -1,22%]. Na ponta [pesquisa mais recente] está subindo 0,92% – disse.
Para o economista da Fipe, o movimento “dúbio” no grupo Alimentação diz respeito às dúvidas de produtores e varejistas de elevarem ou não os preços neste momento de desaquecimento do mercado de trabalho e redução na renda real das famílias.
– O ofertante está com um problema sério: ou repassa e corre risco de não vender, ou mantém o preço e reduz sua margem para continuar vendendo – explicou.
Os aumentos recentes nas tarifas de energia elétrica e nos preços dos combustíveis e o dólar mais caro são apontados por Chagas como fatores que levam incertezas quanto ao repasse ou não dos custos.
Na segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados na quarta-feira, 15), o grupo Alimentação teve alta de 0,47%, contra 0,42% na medição anterior e de 0,72% no fechamento de março. Já o IPC ficou em 0,88% ante 0,68% e acima do que era previsto pela Fipe (0,84%).
Apesar da estimativa de alta nas carnes nos próximos dias, o item, disse Chagas, ajudou a segurar um aumento maior do IPC no período, já que ainda registrou deflação.