A ministra Kátia Abreu afirmou nesta sexta, dia 3, durante reunião com o ministro da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, Yoshimasa Hayashi, que o Brasil tem “todas as condições” para vender carne bovina para aquele mercado. O Brasil trabalha para harmonizar regras sanitárias e fitossanitárias, a fim de ampliar suas exportações ao país asiático.
Kátia Abreu está em viagem oficial a Tóquio para negociar a ampliação do comércio bilateral entre as duas nações, além de apresentar os potenciais de investimento estrangeiro no Programa de Investimento em Logística – lançado em junho pelo governo federal.
O Ministério da Agricultura (Mapa) pretende retomar a exportação de carne bovina termoprocessada, que está embargada pelo Japão desde dezembro de 2012. Além disso, está em tratativas para vender carne bovina brasileira in natura, produto que nunca teve acesso ao mercado japonês.
– Esperamos não só resgatar o mercado japonês de carne bovina processada, mas também da carne in natura. Não temos nenhuma dificuldade em adaptar nossas regras sanitárias ao Japão. Estamos prontos para cumprir e temos todas as condições para exportar. O Japão é especialista em praticamente tudo e nós brasileiros somos especialistas na produção de alimentos. Essa compreensão por parte do mundo é importante para nós, como é também para o Japão – afirmou Kátia Abreu.
A comitiva brasileira continuará as tratativas a favor da abertura do mercado japonês na segunda, dia 6, quando Kátia Abreu se reunirá com a vice ministra da Saúde, Trabalho e Bem-Estar – órgão que define as condições de saúde pública que deverão ser incorporadas às regras sanitárias brasileiras para acesso ao comércio.
A ministra convidou os japoneses a visitar o Brasil para conhecerem a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que monitora toda a produção animal do país.
– Respeitamos as decisões japonesas, mas gostaríamos que conhecessem de perto nosso sistema de inspeção, que é confiável e um dos mais modernos do mundo – disse.
Kátia Abreu destacou que este ano o Brasil obteve várias conquistas na área de defesa animal: países importantes como China, Argentina e Estados Unidos abriram seus mercados à carne bovina brasileira, e os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram reconhecidos pela OIE como zonas livres de peste suína clássica. Além disso, das 27 unidades da Federação, somente três não foram reconhecidas ainda como zonas livres de febre aftosa.
O ministro Hayashi afirmou que seu país tem interesse em resolver as pendências para a importação de carne brasileira “o mais rapidamente possível”.
– Eu soube que a carne brasileira foi admitida em outros países e isso tem importância não apenas para a imagem do país. Gostaríamos de resolver essa questão o mais rápido possível – disse o ministro.
Kátia Abreu afirmou ainda que o Brasil está pronto para liberar a importação do Kobe Beef japonês – um corte específico de carne do gado da raça japonesa Wagyu.
– A documentação já está encaminhada – assinalou.