O aumento no preço dos fertilizantes, após a pandemia, fez com que os pecuaristas mato-grossenses começassem a utilizar menos insumos na atividade, gerando um delay na evolução do estado. Com o maior preço da arroba, os produtores que estavam investindo constantemente em adubação, tiveram que analisar seus gastos para repensar a necessidade de investimentos em pastagens e tecnologias na manutenção do campo.
Rentabilidade
O projeto Rentabilidade no Meio Rural do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou que os custos elevados provocaram reduções consideráveis nos investimentos de renovação de pastagens em Mato Grosso.
Com essa alta, o gasto com pastagem subiu 65% em 2021 e, neste ano até o segundo trimestre, a alta já registrava 35% (no caso do sistema de recria-engorda).
De acordo com o analista de rentabilidade de pecuária do Imea, Emanuel Salgado, essa quebra de investimento pode trazer uma demora na engorda dos animais.
“Agora nós estamos entrando no verão, esperando um aumento de chuvas, mas realmente o que temos de expectativa é o quanto isso vai retroceder na finalização dos animais”, explica.
Manejo nutricional teve impacto
Além disso, toda a parte de manejo nutricional, seja ele de concentrado ou de sais minerais, teve um aumento grandioso na conta dos produtores.
O milho e o farelo de soja, por exemplo, tiveram um aumento exponencial pesando o bolso dos pecuaristas mato-grossenses de cria e de ciclo completo.
Na recria e engorda, que trabalha com o semi-confinamento e confinamento de animais, tiveram os custos mais prejudicados pelo aumento do manejo.
Emanuel afirma que a rentabilidade ainda está em patamares menores, que comparado aos últimos cinco anos, acompanha uma queda de aproximadamente 10% tendo como principal fator, a alta dos fertilizantes.