A carne sem osso não acompanhou a retomada dos preços do boi casado, iniciada no começo de julho, aponta a Scot Consultoria. O mercado atacadista de cortes desossados segue pressionado, amargando a quarta semana em queda.
“O recuo de 2% demonstra que açougues e supermercados estão ofertando o que havia estocado e o fluxo de recompra não é suficiente para puxar os preços de venda na indústria”, explica o analista Alex Lopes da Silva. No acumulado dos últimos sete dias a carne sem osso caiu 1,3%, em média.
Já a alta de 3,3% do boi casado em julho teria sido motivado pela baixa oferta. Além disso, segundo o especialista, há o efeito do pagamento de salários, que normalmente melhora o giro de estoque dos varejistas, que são menores, mais enxutos, nos estabelecimentos que compram carne com osso.
O resultado disso para os frigoríficos, que já começaram a pagar mais pela matéria-prima, escassa nesta época, especialmente este ano com a redução do primeiro giro de confinamento, é uma diminuição importante em suas margens, que chegaram a 30% em junho e hoje estão em 23%.