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Boi: ciclo de preço da arroba em alta será revertido em 2018

Alcides Torres, da Scot Consultoria, aponta que estabilização da oferta de matrizes e, consequentemente, de animais, suspenderá valorização de preços

O diretor-fundador da Scot Consultoria, Alcides Torres, afirmou nesta segunda, dia 4, que o ciclo de alta do preço da arroba do boi gordo deve ser revertido a partir de 2018 ou 2019, quando a oferta de matrizes e, consequentemente, de animais se estabilizar. 

“Um ciclo pecuário normalmente leva oito anos. Até o fim deste, as cotações devem se manter firmes, depois entrarão em queda moderada”, disse nos bastidores do Global Agribusiness Forum 2016 (GAF 16), em São Paulo (SP).

Torres comentou ainda que o consumo menor de carne bovina neste ano, da ordem 10% em bases anuais, é também reflexo da queda de produção, de cerca de 9,5%, e não apenas da crise econômica pela qual passa o país. “A elasticidade do consumo está menor, porque a renda da população subiu”, disse, afirmando que, mesmo que o preço suba hoje em dia, o poder de compra do consumidor ainda é maior do que antigamente. Ele acrescentou que, atualmente, o consumo per capita de carne bovina no Brasil varia de 29 Kg a 34 Kg por ano.

Ele comentou ainda que o preço da arroba acima de R$ 160, como aponta o mercado futuro, não deve significar necessariamente pressão para a indústria. “Pode ser que o preço da carne descole e suba”, avaliou. Nos últimos dias, o preço do boi gordo tem oscilado em torno de R$ 155 à vista no estado de São Paulo, praça de referência para o Brasil.

Por fim, Torres ressaltou que o dólar ainda se mantém atrativo para a exportação de carne bovina pelo país, mesmo após registrar queda de 11% só em junho, para um patamar de R$ 3,20. “O Brasil já é campeão de exportação com o dólar a R$ 2,50. A R$ 3,50, então, nem se fala”, brincou.

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