O mercado físico de boi gordo voltou a ter preços acentuadamente mais altos nesta terça-feira (16). Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a oferta de animais terminados é bastante tímida no momento, fazendo com que os frigoríficos operem com escalas de abate encurtadas.
“O volume retraído de ofertas é o grande elemento de alta no curto e no médio prazo. A expectativa é de que não haja grande avanço do volume de animais terminados até meados no decorrer deste bimestre. O movimento vem se mostrando bastante arrojado, até pelas circunstâncias apresentadas ao mercado, com a China ainda ausente, sem projeção de retorno às compras. O desempenho das exportações na segunda semana de novembro reforça toda essa situação, com resultado pífio na comparação com igual período do ano passado”, disse Iglesias.
Com isso, em São Paulo, capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 301 na modalidade à prazo, contra R$ 300 na sexta-feira (12). Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 300, ante R$ 290. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 299, inalterada. Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 280, ante R$ 266. Em Uberaba (MG), preços a R$ 300, por arroba, estável.
Atacado
Já os preços da carne bovina subiram com força no atacado. O quarto traseiro teve preço de R$ 21,20 por quilo, alta de 80 centavos. O quarto dianteiro foi a R$ 14,15 por quilo, alta de 85 centavos, e a ponta da agulha passou de R$ 13 por quilo para R$ 14 por quilo.
Mesmo assim, os preços da carne permanecem distantes das indicações do boi gordo na compra de gado. “Resta saber se o mercado brasileiro terá capacidade para absorver a proporção das altas da matéria-prima país afora”, disse o analista de Safras & Mercado.