A arroba do boi gordo começou a semana com queda, com frigoríficos avaliando dar férias coletivas para funcionários, de acordo com a consultoria Safras. O analista de mercado Fernando Henrique Iglesias afirma que a estratégia não tem a ver com transmissão comunitária do coronavírus dentro de unidades, mas com o arrefecimento da demanda doméstica de carne bovina.
“Não é segredo que os frigoríficos que dependem do mercado doméstico ou de exportação destinada à União Europeia e ao Oriente Médio atravessam por dificuldades no escoamento da carne. As políticas prolongadas de distanciamento social cobram seu preço; muitas unidades já operavam com capacidade de abates reduzida. Férias coletivas é uma estratégia adicional para tentar controlar a oferta de carne”, diz.
O ponto de exceção segue nas exportações destinadas à China, com os animais que cumprem os requisitos para atender o país asiático sendo negociados em um patamar bastante diferenciado.
Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista caíram de R$ 194 para R$ 193/R$ 194 a arroba. Em Uberaba (MG), caíram de R$ 184 para R$ 183 por arroba. Em Dourados (MS), passaram de R$ 178 para R$ 174/R$ 175 a arroba. Em Goiânia (GO), o preço indicado foi de R$ 175 a arroba. Já em Cuiabá (MT), ficou em R$ 170 a arroba, inalterado.
Atacado
Os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, o escoamento da produção permanece muito lento, enquanto a indústria elabora um planejamento para obter bons resultados com o Dia das Mães, um dos pontos altos de demanda de carne bovina ao longo do ano. No entanto, o forçado distanciamento social será um entrave.
O corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,70 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,30 o quilo.