O mercado físico de boi gordo teve uma semana marcada por queda nos preços, com reflexo no atacado, de acordo com a consultoria Safras. A primeira quinzena de abril vem sendo marcada por uma demanda abaixo do normal, por conta do novo coronavírus, que provocou isolamento social e fechamento de restaurante, bares, redes hoteleiras e outros estabelecimentos comerciais.
De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, o cenário é preocupante. “Os frigoríficos atuam de maneira discreta, optando por manter suas escalas de abate curtas, posicionadas entre dois e três dias úteis”, comenta.
O especialista destaca que, por enquanto, os pecuaristas mantêm algum conforto diante das condições boas das pastagens, que permitem uma maior capacidade de retenção. “No entanto, isso vai mudar com o decorrer do outono, pois o clima mais seco e as temperaturas amenas aumentam o desgaste dos campos e os obrigam a negociar as boiadas”.
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No atacado e no varejo, a demanda de carne bovina está completamente distorcida em meio ao isolamento social. “Os cortes nobres permanecem escanteados, com uma clara predileção aos congelados e os embutidos, e ainda pela carne de frango, enquanto muitos frigoríficos relatam que o escoamento da carne bovina tem acontecido com lentidão”, afirma.
Veja a diferença nos preços da arroba do boi gordo em 2 e 9 de abril:
- São Paulo: passou de R$ 201 para R$ 196
- Goiânia (GO): passou de R$ 188 para R$ 185
- Uberaba (MG): passou de R$ 195 para R$ 187
- Dourados (MS): passou de R$ 190 para R$ 181
- Cuiabá (MT) – passou de R$ 180 para R$ 171