O mercado físico de boi gordo voltou a apresentar preços mais altos nesta quinta-feira, 4. Segundo o analista de
Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, animais que cumprem requisitos para exportação atingiram patamares recorde de preços.
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“A disparidade em termos de receita para os frigoríficos habilitados a exportar e os não habilitados é gritante, avaliando a dificuldade do repasse do adicional de custo da matéria-prima no mercado doméstico”, assinala Iglesias.
Em termos de oferta, o quadro de restrição ainda é dominante no mercado, e a expectativa é que haja uma maior oferta de animais terminados apenas no decorrer do mês de março. “Ou seja, ainda teremos um período relativamente longo de dificuldade de abastecimento”, apontou Iglesias.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ 304, ante R$ 301 na quarta. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 294, ante R$ 291. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 291, ante R$ 289 . Em Uberaba, Minas Gerais, os preços chegaram a R$ 300, contra R$ 299 a arroba.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. Conforme Iglesias, os frigoríficos ainda encontram grande dificuldade em repassar o custo adicional da matéria-prima ao longo da cadeia produtiva.
“Basicamente, o consumidor médio não consegue absorver novos reajustes da carne bovina, que já assume um patamar bastante proibitivo, simplesmente optando por proteínas mais acessíveis, enfaticamente a carne de frango. Se houver a confirmação de mais um semestre de auxílio emergencial haverá uma recuperação do consumo de base e talvez sejam evidenciadas as condições necessárias para novos reajustes da carne bovina”, disse o analista.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 20,80 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,60 o quilo, enquanto a ponta de agulha seguiu em R$ 15,60 o quilo.