Das quatorze semanas do ano, o mercado atacadista de carne bovina sem osso apresentou alta em apenas duas. Segundo a Scot Consultoria, nem mesmo o início do mês, quando normalmente há melhora na demanda, resultou em alta nas cotações.
Nos últimos sete dias, os preços do produto ficaram praticamente estáveis, com variação negativa em 0,3%. Nos últimos trinta dias, a queda acumulada é de 1,5%.
A empresa explica que a queda foi puxada principalmente pelos cortes do traseiro que tiveram recuo de 0,5% na semana. Já os cortes do dianteiro, que apresentam menor valor agregado quando comparado ao traseiro, apresentaram alta de 0,4%. O destaque ficou para a picanha, que teve queda de 2,3%.
O aumento no volume de abates nos dois primeiros meses do ano foi o principal fator que colaborou para um desequilíbrio entre a oferta e a demanda por carne bovina. Entretanto, o que se observa nos últimos dias é uma mudança na estratégia dos frigoríficos, no intuito de controlar seus estoques. As indústrias estão diminuindo os abates diários ou pulando dias de escala.
Assim, vale a atenção do pecuarista quanto a esse comportamento, já que a expectativa para os próximos meses é de diminuição nas chuvas, o que pode resultar em aumento na oferta de animais disponíveis.
Com a demanda enfraquecida e o aumento de oferta, quedas para o mercado do boi gordo não estão descartadas.