- Boi: oferta restrita se sobrepõe à demanda interna fraca e arroba segue em alta
- Milho: saca chega ao nono dia de alta consecutiva
- Soja: cotação despenca mais de 3% com queda do dólar
- Café: câmbio também afeta preços do arábica no Brasil
- No exterior: índices de ações dos EUA renovam máximas históricas
- No Brasil: dólar cai 4,6% em dois dias
Agenda:
- Brasil: vendas do varejo de janeiro (IBGE)
- Brasil: dados de desenvolvimento das lavouras do Mato Grosso (Imea)
- EUA: índice de preços ao produtor
Boi: oferta restrita se sobrepõe à demanda interna fraca e arroba segue em alta
A consultoria Safras & Mercado voltou a registrar avanço das cotações da arroba do boi gordo em São Paulo. Em seu levantamento diário de preços, a empresa registrou o preço passando de R$ 310 para R$ 311. A demanda interna que já estava enfraquecida deve sofrer mais um pouco com as novas medidas de restrição à abertura de bares e restaurantes pelo Brasil. A nova rodada de auxílio emergencial deve ter um peso bastante abaixo do que foi no ano passado, pois o valor agora será menor.
Por outro lado, mesmo com a queda do dólar nos últimos dois dias, os frigoríficos exportadores mantiveram comportamento agressivo. Isso sinaliza que as vendas para a China devem continuar acelerando após um início de ano lento.
Milho: saca chega ao nono dia de alta consecutiva
O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), chegou ao nono dia consecutivo de alta. A cotação variou 0,14% em relação ao dia anterior e passou de R$ 91,59 para R$ 91,72 por saca. Portanto, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 16,62%. Em 12 meses, os preços alcançaram 61,56% de valorização.
No mercado futuro, os contratos de milho negociados na B3 também seguem avançando. O vencimento para março passou de R$ 91,08 para R$ 92,33 e o para maio foi de R$ 93,86 para R$ 94,06 por saca. As consultorias especializadas apontam que o foco da logística voltada para a soja impulsiona os preços do cereal.
Soja: cotação despenca mais de 3% com queda do dólar
A forte queda do dólar em relação ao real gerou uma grande pressão negativa nos preços da soja no mercado brasileiro. O indicador da soja do Cepea, calculado com base nos preços praticados no porto de Paranaguá (PR), recuou 3,33% em relação ao dia anterior e passou de R$ 177,23 para R$ 171,32 por saca. Ainda assim, no acumulado do ano, o indicador tem uma alta de 11,32%.
Em Chicago, após a forte baixa de quarta-feira, 10, os contratos futuros se recuperaram parcialmente. O contrato com vencimento para maio, o mais negociado atualmente, valorizou 0,27% e passou de US$ 14,096 para US$ 14,134 por bushel.
Café: câmbio também afeta preços do arábica no Brasil
Assim como no caso da soja, o câmbio pressionou negativamente os preços do café arábica no Brasil, ainda que em menor grau, pois no exterior houve alta mais consistente. O indicador do café arábica do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, caiu 0,32% em relação ao dia anterior e passou de R$ 739,17 para R$ 736,8 por saca.
Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros do arábica seguem em trajetória de recuperação e chegaram ao quarto dia consecutivo de alta. O contrato com vencimento para maio, o mais líquido no momento, teve alta de 1,15% e passou de US$ 1,3085 para US$ 1,3235 por libra-peso.
No exterior: índices de ações dos EUA renovam máximas históricas
Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq, os principais dentro das bolsas norte-americanas, renovaram nesta quinta-feira, 11, as respectivas máximas históricas. O otimismo se deu na esteira da sanção do presidente Joe Biden do pacote de US$ 1,9 trilhão em estímulos à economia dos Estados Unidos contra os impactos negativos da pandemia.
Na abertura dos mercados desta sexta, porém, as taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA voltam a subir e pressionam negativamente os índices de ações. O título com vencimento em dez anos chegou à máxima de 1,614%. O temor dos investidores é de que o excesso de recursos destinados às empresas seja migrado para os títulos em virtude da elevação dos juros.
No Brasil: dólar cai 4,6% em dois dias
O alívio do dólar em relação às moedas emergentes no exterior, a aprovação da PEC Emergencial em segundo turno na Câmara dos Deputados e a atuação do Banco Central fizeram a moeda norte-americana ter desvalorização expressiva em relação ao real. Em apenas dois dias, o recuo chegou a 4,6%. Nesta quinta, a cotação passou de R$ 5,6526 para R$ 5,5428.
Na agenda econômica de hoje, o destaque é a divulgação das vendas do varejo em janeiro. É possível que o resultado ainda seja impactado pelo fim do auxílio emergencial, como foi no caso do mês de dezembro. Enquanto a indústria apresentou dados positivos em janeiro, o setor de serviços teve retração da receita e do volume.