Boi: vendas desaquecidas limitam compras de animais para o abate

Frigoríficos têm tentado pagar menos na boiada, reduzindo as compras e pressionando as cotações

Fonte: Marcelo Lara/Canal Rural

Diferente do esperado, a demanda por carne bovina não se aqueceu com o recebimento dos salários e as vendas no atacado não decolaram. Com isso, os frigoríficos têm tentado pagar cada vez menos pelos animais abatidos, reduzindo as compras e pressionando as cotações da arroba.

Parte dos pecuaristas, no entanto, resistiu à pressão, saindo do mercado diante das ofertas de preços menores. 

Com isso, frigoríficos que precisaram realizar compras tiveram que se dispor a pagar preços mais altos, resultando em limitação das baixas ou mesmo em aumento das médias em alguns dias. O Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo, à vista) fechou a R$ 145,09 nessa quarta-feira, dia 15, ligeira alta de 0,1% em sete dias, mas queda de 0,5% no mês. 

No atacado da carne com osso da Grande São Paulo (à vista, CDI), o valor da carcaça casada do boi recuou 1,1% na semana e 1,5% no mês, a R$ 9,94/kg na quarta. 

Contraponto

Mesmo com o cenário, a carne bovina apresenta maior competitividade quando comparada às outras proteínas. Segundo a Scot Consultoria, a relação de troca entre o boi casado de animais castrados e a carcaça de suíno está em 1,2. Ou seja, com o preço de um quilo da proteína bovina é possível adquirir 1,2 quilos de carcaça de suíno no atacado.

Na comparação com fevereiro do ano passado, esta relação está 37,5% menor, o que quer dizer que a carne bovina ganhou competitividade frente a carne suína. Este cenário é resultado da queda de 3,9% no preço da carne bovina e alta de 53,8% para a carne suína no período analisado.