As exportações aquecidas de carne bovina nos últimos meses têm elevado os níveis do produto produzido no Brasil destinado aos embarques. De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), normalmente o mercado externo adquire cerca de 20% da produção total do país. Mas, no momento, o percentual está sendo ultrapassado, principalmente pelas compras da China e Rússia que voltaram a habilitar novos frigoríficos brasileiros para exportarem.
A entidade explica que além da a abertura de novos mercados, a oferta atualmente restrita do produto estão provocando o aumento nos preços da carne bovina, principalmente a partir de agosto deste ano.
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“É uma situação de mercado, que fortalece todo o setor da pecuária e sua cadeia produtiva – do criador às empresas – e que é inevitável diante da procura pelo produto brasileiro, já que há muito tempo não ocorriam elevações nos preços ao consumidor”, explica o presidente executivo da Abrafrigo, Péricles Salazar.
Segundo ele, novos clientes importantes como Turquia e Indonésia estão surgindo. Com isso, de agosto deste ano em diante este movimento de subida de preços foi se acentuando lentamente até atingir o momento de ser irreversível a partir de outubro.
“Neste espaço de tempo de três meses os preços da carne bovina evoluíram 25% e não há como deixar de repassar estas elevações ao consumidor, pelo menos enquanto a oferta de boi continuar restrita, o que deverá se manter por algum tempo como consequência do aumento das exportações”, afirma.