Apesar de a pandemia de coronavírus reduzir a demanda por proteína animal, a alta do dólar em relação ao real deixou a carne bovina brasileira em um patamar relativamente baixo de preços no mercado internacional, de acordo com a consultoria Cogo — Inteligência em Agronegócio.
Segundo a empresa, atualmente, nenhum país tem condições de produzir carne bovina de qualidade com a mesma competitividade que o Brasil. “Aqui, a arroba do boi equivale hoje a US$ 37, enquanto que na Argentina está em US$ 35, na Austrália a US$ 58 e nos EUA a US$ 59”, informa, em relatório especial enviado ao Canal Rural, nesta terça-feira, 14.
A consultoria ressalta que embora a Europa, importante compradora de cortes nobres do Brasil, esteja
praticamente paralisada, a China e o Oriente Médio seguem comprando. “A demanda chinesa é sólida e temos a melhor condição de atendê-la”, diz.
Além de a gigante asiática necessitar das importações por conta da peste suína africana – que dizimou praticamente 50% do rebanho suíno daquele país –, o crescimento da renda na China também sustenta o avanço da demanda de carne bovina. “O maior concorrente para a produção brasileira é a Austrália, que enfrentou problemas graves em decorrência de incêndios e secas”, destaca.
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Tendência de preços
A Cogo aponta que a arroba do boi gordo deve variar pouco em 2020, já que a queda na demanda internacional se ajusta com a oferta reduzida. “Desde 2018, o bezerro para reposição tem alcançado preços recordes, o que desestimulou o abate de vacas e reduziu a oferta”, explica.
Segundo a consultoria, quando a pandemia da Covid-19 arrefecer globalmente, os fundamentos de mercado para o setor de proteína animal voltarão a se fortalecer e o Brasil deve ser o país que obterá mais vantagens disso.
