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Boi

Demanda por carne bovina vai perder força neste início de ano?

Analista de mercado da Scot Consultoria aponta o que pode fazer o consumo interno diminuir em janeiro

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Renda per capita do brasileiro para compra de carne bovina já caiu de 2019 para 2020. Foto: Pixabay

Para boa parte dos brasileiros, o ano começa com uma enxurrada de gastos extras, como IPTU, IPVA, material escolar e contas das festas de fim de ano. Isso tende a diminuir o poder de compra da população e, consequentemente, o consumo de carne bovina. É importante ficar de olho pois o mercado interno responde por mais de 60% da demanda pela proteína.

“Generalizando, o brasileiro não tem educação financeira. Ele acaba gastando mais do que o orçamento permite e chega em janeiro com dívidas maiores. Isso reduz o escoamento no mercado interno”, diz o analista de mercado Rodrigo de Queiroz, da Scot Consultoria.

De 2019 para 2020, a renda per capita do brasileiro para compra de carne bovina, baseada nos abates de janeiro a setembro de cada ano, caiu de 28,8 quilos para 26,7 quilos. Em 2021, a tendência de o preço da proteína se manter em alta mesmo com a procura menor para o período, por conta da oferta enxuta de animais, também deve complicar o escoamento no mercado interno.

Além disso, o mundo enfrenta a pandemia do novo coronavírus. A crise prejudicou o funcionamento da economia e a situação financeira das famílias, principalmente das de baixa renda. O auxílio emergencial fornecido pelo governo ajudou a segurar as pontas. Porém, o benefício teve fim em dezembro. “Vamos supor uma família que recebe um salário mínimo. O auxílio emergencial era mais da metade do salário. Isso vai impactar diretamente no orçamento familiar”, diz.

E a demanda externa por carne bovina?

No ambiente externo, há o Ano-Novo chinês no começo de fevereiro. Em anos anteriores, a China costumava antecipar as compras para esse período, o que gerava posteriormente uma menor procura no início do ano. Porém, Queiroz diz que as exportações de carne bovina fecharam dezembro em ótimo patamar, acima de 142 mil toneladas, e a tendência é que janeiro continue com bons resultados. “Há contratos que a China ainda quer fazer com o Brasil. A exportação não vai parar, deve continuar aquecida em janeiro, assim como nos meses subsequentes”, defende.

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