O tempo seco e a temperatura elevada que predominaram em abril afetaram as pastagens e em algumas regiões pecuaristas aumentam ligeiramente a oferta para evitar que a boiada perca peso e também para aliviar a pastagem, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
O volume ofertado, contudo, não tem sido significativo, e as escalas, de modo geral, não se encontram alongadas. Nesse contexto, a pressão compradora tem tido efeito moderado sobre as cotações e, em certos casos, destacam-se os aumentos pontuais da demanda ou recuo de vendedores que não acreditam em diminuição dos patamares de preços.
Em Mato Grosso, principalmente no centro e no sul do Estado, onde se concentra grande parte da produção pecuária, praticamente não chove desde o fim de março – algumas regiões tiveram chuvas leves. Na média das praças acompanhadas pelo Cepea nesse Estado, o valor médio da arroba caiu 1,2% entre 31 de março e 19 de abril, indo para R$ 134,71 nessa terça, dia 19 .
Em boa parte de Goiás, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e São Paulo, o clima e o comportamento dos preços estão semelhantes. Em Goiás, onde as pastagens mais têm sentido a falta de chuva, a queda está em 1,74%, com a arroba indo para R$ 139,01 na terça. Em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, os preços se mantêm estáveis, com queda média de apenas 0,3% na parcial do mês – a arroba à vista esteve a R$ 139,72 e a R$ 143,00, respectivamente, nessa terça. Em São Paulo, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa cede 0,65% na parcial de abril, a R$ 156,95 na terça.
Confinamento
Segundo a Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), a expectativa é de alta de 2% no número de animais confinados, passando de 731,12 mil em 2015 para 745,74 mil neste ano. De acordo com a entidade, o custo por arroba produzida em confinamento subiu 23% entre março/15 e março/16.
O valor do boi magro e as altas nos preços da ração e da suplementação mineral influenciam essa elevação dos custos. Puxado por exportações recordes, o milho está quase 80% mais caro que em abril do ano passado – Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP).