O Brasil deve confinar este ano entre 5,3 milhões e 5,5 milhões de bovinos, aumento de 4,5% a 8,5% ante 5,07 milhões de animais engordados no cocho em 2018, ou seja, aumento de cerca de 400 mil animais, conforme estimativa preliminar da DSM Tortuga, que realiza anualmente um censo próprio de confinamento de bovinos de corte.
O gerente de categoria Confinamento da Área de Ruminantes Brasil da DSM, Marcos Baruselli, comentou que a taxa média anual de crescimento da atividade de confinamento de dez anos para cá tem girado em torno de 6%, embora este ano este número deva avançar mais, em virtude dos preços firmes da arroba do boi gordo.
Os mercados futuros da B3 projetam a arroba do boi gordo, em dezembro, por volta de R$ 165. “O que a gente vê é uma arroba do boi gordo muito forte até o fim do ano; isso estimula a engorda intensiva, no cocho, e também o semiconfinamento (engorda mista, entre pasto e cocho)”, comentou Baruselli.
O pesquisador Thiago Bernardino, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vê a atividade de confinamento bastante rentável este ano, também por causa do preço firme da arroba de boi. “É um ano interessantíssimo para o produtor que utilizar mais tecnologia e gestão.”
Para Bernardino, um dos motivos da firmeza da arroba atualmente, além das exportações bastante fortes em 2019, é o fato de pecuaristas deixarem para o segundo semestre (segundo giro de confinamento) a engorda de um maior número de animais, em relação ao primeiro semestre (primeiro giro). “Na minha visão, está faltando boi no primeiro giro (que está se encerrando agora). Por isso a arroba está firme”, diz o pesquisador.
Ele explicou que o primeiro giro de confinamento, que tradicionalmente aloja um número menor de animais, foi postergado pelo pecuarista em virtude das chuvas abundantes no primeiro semestre, que estimulou mais a engorda no pasto.