A projeção considera um acréscimo de aproximadamente 400 mil animais em confinamento, em relação a 2014, ano em que 4,60 milhões de bois passaram por essa modalidade de engorda.
– Observamos que muitos produtores já estão colocando os bezerros desmamados em confinamento. Acreditamos que os esforços dos produtores para confinar este ano será grande – estima o analista Mauricio Nogueira.
Ainda assim, Nogueira prevê que a tendência de confinamento no Brasil continua menos difundida do que em outros países, como os Estados Unidos. Enquanto produtores norte-americanos realizam o confinamento desde a desmama, a maior parte dos brasileiros vê esta modalidade de engorda como uma alternativa à produção no pasto, que é prioritária.
– No Brasil, confinamos porque precisamos resolver um problema de falta de pastos por causa da seca – diz o analista.
Segundo dados da consultoria, a produtividade nos confinamentos do país é muito superior à observada na engorda de pasto. Segundo Nogueira, as fazendas que realizaram confinamento no ano passado tiveram um incremento de 40% a 60% no ganho da carcaça em comparação aos demais produtores.
Preços
Em estudo distinto, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apurou que os preços do boi gordo permanecem elevados por conta da baixa oferta de animais para abate.
Na quarta, dia 22, o Indicador Esalq/BM&FBovespa do boi gordo (estado de São Paulo) fechou a R$ 149,10, alta de 1,01% no acumulado parcial de abril.
Segundo o Cepea, se a tendência dos anos anteriores se mantiver, os atuais ajustes de alta nos preços devem levar a novos aumentos nas cotações da arroba no segundo semestre na BM&FBovespa.
O encarecimento da carne, porém, está levando os confinadores a ficarem mais cautelosos. Esta posição é reforçada pela dificuldade de eles obterem crédito. Por outro lado, os pecuaristas que trabalham com cria ou recria apresentam uma situação um pouco melhor, especialmente aqueles que conseguiram adquirir bezerros há algum tempo.