Pecuária

Confinamento pode bater recorde de 6 milhões de cabeças em 2020, diz DSM

Em 2019 pecuaristas confinaram 5,26 milhões de animais em 2019, alta de 2% ante os 5,18 milhões de bovinos em engorda no cocho no ano anterior, de acordo com a empresa

boi no cocho
Apesar do desempenho positivo, a confinamento em 2019 foi limitada por alguns fatores. Foto: Sepaf-MS

O volume de gado confinado no Brasil tem potencial para alcançar o recorde de 6 milhões de cabeças no ano que vem, estimou o gerente de confinamento da DSM, Marcos Baruselli. Em 2019, os pecuaristas confinaram 5,26 milhões de animais, alta de 2% ante os 5,18 milhões de bovinos em engorda no cocho no ano anterior. O dado é do Censo de Confinamento DSM 2019, estruturado pelo Serviço de Informação de Mercado da empresa.

Apesar do desempenho positivo, a terminação intensiva, em 2019, foi limitada por alguns fatores. “A alta da arroba é recente, não veio no meio do ano, quando os produtores precisam tomar a decisão de confinar”, afirma o executivo. Outro limitador foi o preço do milho, que não recuou, conforme as expectativas do setor de proteína animal.

“Mesmo diante do recorde na produção do cereal, houve um alto índice de exportação e o preço da saca girou em torno de R$ 40, quando o esperado era R$ 30“, diz. “E, além disso, o outono foi chuvoso e o pasto se manteve verde por mais tempo, permitindo que o gado continuasse nas fazendas em um período que, normalmente, o pasto já deveria estar seco, nos meses de maio e junho”, acrescenta Baruselli. Com isso, a maior quantidade de animais confinados entrou no segundo giro, em meados de agosto. Em uma conjuntura composta por baixa oferta de boiadas, demanda internacional aquecida e um novo patamar de preço para a arroba bovina, “em 2020, pode vir a explosão do confinamento, de 5,5 milhões a 6 milhões de animais”, projeta.

Para o executivo da DSM, os custos tendem a continuar elevados no ano que vem, e não há sinais de queda no valor do milho, mas é perfeitamente possível atingir os 6 milhões de animais confinados.

“Muitos pecuaristas deixaram de ganhar dinheiro em 2019 justamente porque não optaram pelo confinamento e não tinham o boi para entregar no período de pico dos preços da arroba. Agora, o pecuarista que já estava propenso a investir em ganho de produtividade deve perder o medo de apostar na nutrição”, explica Baruselli.

Segundo ele, com o custo de produção da arroba no confinamento entre R$ 120 e R$ 130, o valor elevado da arroba atualmente, acima de R$ 200, e no mercado futuro geram uma margem de lucro considerada muito boa. O executivo ainda ressalta que, dentre as modalidades de terminação intensiva, o semiconfinamento é o que deve crescer mais, por ser uma estrutura mais simples que só necessita de uma alimentação mais nutritiva.