O consumo de carne bovina no Brasil cresceu 14% nos últimos dez anos, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq). Atualmente, o rebanho nacional é de aproximadamente 215 milhões de cabeças, sendo que 80% é absorvido pelo mercado interno.
“O país que tem potencial para crescer mais rápido na produção de carne é o Brasil, sem aumentar nenhum hectare de pasto; só usando o que a gente já tem. Confinamento, semi-confinamento e suplementação proteica energética durante o ano todo são tecnologias que estão à disposição do produtor para aumentar a produtividade”, afirma o diretor de marketing da DSM, Juliano Sabella.
Apesar da grande demanda interna, a exportação também cresceu e o Brasil se tornou o maior exportador mundial de carne bovina em 2019, tendo a China como principal comprador. Os embarques para o país asiático aumentaram 4,973% em relação à década anterior.
A pecuária intensiva dobrou de tamanho: em 2010, cerca de 2,5 milhões de bovinos eram confinados. Nove anos depois, são mais de 5,2 milhões de animais.
Para o gerente de pecuária de corte da DSM, Marcos Baruselli, o confinamento deve continuar ganhando espaço. “A média de crescimento da década é de 6% ao ano. Acredito que agora, com a valorização da arroba, a gente possa crescer ainda mais”, diz.
As perspectivas para pecuária de corte em 2020 são positivas. Para Sabella, a arroba do boi, que chegou ao recorde de R$ 235, deve continuar em alta no ano que vem. “Agora que rompemos a barreira de R$ 200, com certeza não vamos voltar aos preços que foram praticados no início de 2019. Acertar o preço da arroba é muito difícil, mas com certeza vão ser patamares mais elevados e que remunerem todo o investimento do produtor dentro da propriedade”, diz.
E a produção de leite?
A produtividade da pecuária leiteira aumentou, na última década, quase 50% em litros por vaca, saltando de 1381 para 2068. Mas, apesar dos números positivos, o setor está abaixo do esperado.
Segundo a coordenadora de pecuária leiteira da DSM, Verônica Lopes, para mudar a dinâmica do mercado, é necessário que um grande número de produtores se especializem. “Investir em genética, nutrição, estrutura e manejo para dar condição para que esses animais se tornem mais produtivos”, diz.