Quinhentas mil cabeças de gado foram mortas pelas inundações na Austrália. Com isso, as exportações de carne bovina do país podem cair entre 2% e 3%. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, diz que a recuperação não se dará no curto prazo. “Indiretamente, podemos nos beneficiar da Indonésia e de outros países com gado em pé”, afirma.
De acordo com o analista de mercado César Castro Alves, as chances do Brasil se aproveitar desta demanda são pequenas. “O Japão — um dos principais compradores de carne da Austrália — irá recorrer a um mercado já aberto, como o norte-americano, argentino ou uruguaio”, exemplifica.
Camardelli afirma que é “uma aberração” o Brasil não ter acesso ao mercado japonês, sendo que exporta para mais de 180 países sem problemas. “Mas há um cenário novo se desenhando e a entidade está trabalhando junto ao governo para que isso seja negociado”, conta.
Quanto à Indonésia, o dirigente da Abiec afirma que os produtores brasileiros têm vantagem na disputa, uma vez que dificilmente a Austrália vá assumir outra demanda diante desta crise. “A liberação está na mesa do ministro da Agricultura deles e estamos prontos para abastecer essa lacuna”, declara. O país importa cerca de 187 mil toneladas de carne bovina por ano.
Suínos
A China vive um momento delicado devido aos casos de peste suína, que diminuíram a produção desta proteína. “O tamanho da possível queda não teria como ser atendida pelo trade mundial se a essa queda for de 5% ou 7%, como tem sido ventilado, perto de três milhões de toneladas. Então o Brasil deve exportar mais carne suína e bovina esse ano”, finaliza Alves.
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