A pressão dos preços do boi magro e principalmente de insumos como milho e farelo de soja devem elevar entre 26% e 32% os custos iniciais de confinamento bovino em 2016 ante 2015, segundo previsão da Agroconsult. No entanto, de acordo com o sócio e diretor da divisão de pecuária da consultoria, Maurício Palma Nogueira, o cenário de preços da arroba nos mercados futuro e físico é mais favorável agora que no ano passado, o que deve manter as margens positivas ao pecuarista em 2016.
“Diferentemente do ano passado, o cenário na BM&F (mercado futuro) é bem mais favorável e a opção do hedge é muito mais clara, sendo mais factível ao produtor travar os preços ou fazer contratos de opções e operar o confinamento”, disse.
“No mercado físico, tudo indica que o preço do boi tende a subir em uma curva parecida com a que está projetada na BM&F”, completou Nogueira em entrevista durante o 11º Encontro Confinamento Gestão Técnica e Econômica, em Ribeirão Preto (SP).
Nogueira alertou, no entanto, para impactos negativos no mercado físico do cenário de incerteza econômica e política no país. “No mercado físico é preciso analisar semana a semana, pois estamos em ano complicado, com a política influenciando a economia. Mas tudo indica que o confinamento este ano será mais favorável que o do ano passado em termos de resultado, desde que o produtor aplique tecnologia com cautela e rigor gerencial”, complementou.
A Agroconsult estima, no momento, um volume estável de gado confinado no período da entressafra em 2016, com um total de 5 milhões de cabeças. No entanto, de acordo com Nogueira, somente após o Rally da Pecuária, organizado pela consultoria a partir de abril, será possível prever um número definitivo para o confinamento este ano.